Leão-de-chácara é um livro inicialmente dividido em quatro contos: Leão-de-Chácara; Três Cunhadas -Natal 1960; Joãozinho da Babilônia, Paulinho Perna Torta. Histórias relatando embates ocorridos em camadas populares das cidade de São Paulo e Rio de Janeiro nas décadas de 60 e 70.
João Antônio descreve com muita ênfase a marginalização, os moleques de rua, traficantes, prostitutas e vai mostrando como as vidas dos personagens são levadas aos "trancos e barrancos" fazem ser natural o ritmo da malandragem e da bohemia.
Com uma linguagem dura o leitor entra em contato direto com a informalização das ruas, trafico de drogas, violência, bebidas falsas, tudo em torno de mulheres prostitutas, sendo vivenciado nos submundos dessas cidades de uma forma muito real mostrando suas grandezas e misérias.
O autor usa uma linguagem coloquial, com muitos palavrões e gírias, com frases longas, onde de uma gíria saem várias outras para enfatizar o sentindo a que está se referindo. Em geral ele dá uma vazão a um monologo interior dos personagens, abordando de forma bem profunda o vocabulário de cada grupo social citado ao decorrer dos contos.
Nascido no subúrbio de São Paulo, João Antônio trabalhou em lugares que não pagavam bem, lançou seu primeiro livro de contos, Malagueta, Perus e Bacanaço, em 1963, que foi uma grande sucesso de público e crítica, onde ganhou vários prêmios. O sucesso literário conduziu-o ao jornalismo.
Em 1970 ele decide mudar radicalmente de vida, sai do emprego se desfas de tudo, carro, mulher, roupas boas e passa a ser visto sempre com roupas simples adotando um estilo próximo da marginalidade em que seus personagens vivem e se dedica integralmente a literatura.
Escreveu quinze livros, só aceitava convites de ir palestrar em escolas e universidades, nunca em cerimonias e se vincular a grupos de academias literárias.
Morava só e morreu só, seu corpo foi encontrado quinze dias após sua morte.
LEÃO-DE-CHÁCARA
Autor: ANTÔNIO, JOÃO
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