Conhecido como mestre do romance, Marcos Rey também contribuiu em sua obra com livros infanto-juvenis, suspenses e aventuras.
Filho de gráfico, teve o início de sua profissão escrevendo para jornais e rádios.
A partir da década de 50, Rey intensifica sua habilidade como escritor, começando a escrever seus romances.
Fundador da Gráfica Mauá e publicitário, larga todas suas colaborações para dedicar-se à partir da década de 60, exclusivamente aos livros, os quais viram roteiros cinematográficos em 70, o que lhe rende o prestígio de ser um dos mais requisitados roteiristas da época.
Cria o formato mini-série e contribui com inúmeros projetos para a Emissora Rede Globo e à partir de 1986, faz parte da Academia Brasileira de Letras.
Em 1998 publica seu último romance, Fantoches!, e falece aos 74 anos de idade em 1999, quando suas cinzas foram jogadas ao céu paulista, palco de suas obras.
A obra fragmentada nos sete capítulos em forma de contos, se trata de um retrato boêmio da São Paulo vivida na década de 60.
“Seis pessoas, reunidas no ateliê de um pintor, no decadente bairro de Vila Biarque, conspiravam e fumavam...”(pag.99)
Ora romântico, ora dramático, sempre há elementos humorísticos, que traça o perfil do autor.
O peculiar é que os contos se encontram em diversas coincidências. Personagens e hotéis formam uma complementação dos contos como um todo.
Otávio, personagem mais notado, é descrito com incrível precisão de detalhes psicológicos, mostrando ao leitor desejos íntimos que transcendem o texto.
A riqueza de detalhes que perpetuam a época não passam despercebidos, como trajes, hábitos, objetos e automóveis, o que contribui para uma leitura voraz e intrigante.
“...esse caso do Austin abriu as cortinas do drama...”(pag.120)
“ - Que prefere? Casimira ou tropical? Temos também fazendas estrangeiras...”(pag.122)
São estórias noturnas, vividas por pessoas pouco amantes do sol e do ar puro. Parece coisa provada que o sol, além de causar perigosas queimaduras na pele, torna as pessoas preguiçosas e irritadiças. Vejam vocês os bohêmios. São criaturas de boa índole, mentalmente muito ativas e, talvez porque não tomem sol, resistem melhor ao álcool e ao sono. Se o sol de fato fizesse tanto bem, como apregoam certos médicos apressados, a África seria o centro da civilização e estaria coberta de chaminés. Quanto ao ar puro, posso informar que as boates substituem-no com êxito pelos aparelhos de ar-condicionado, quase todos de excelente fabricação norte-americana. Alguns injetam no ambiente essências odoríficas, o que estimula o romance quando um piano saudosista colabora com La vie em rose.
Os personagens deste livro, como foi dito, são de circulação noturna. Por favor, não os confundam com guardas noturnos. Esses são profissionais e todos eles odeiam a noite. Não são também pessoas que sofrem de insônia, sempre às voltas com suas pílulas. Quero que fique bem claro: são homens e mulheres que param nos bares, restaurantes, “inferninhos”, cabarés, boates e em certas casas onde tudo se tolera. São bohêmios por vocação ou por erro de educação, por dor de cotovelo ou qualquer dor, por falta de dinheiro ou por excesso, por vagabundagem ou paixão à sociologia.
O antipático astro-rei se ocultou. Comecemos.”(pág.7)
“ As boas histórias vem do fundo, sempre ligadas às nossas experiências mais íntimas e essenciais. Nascem do mergulho no grande oceano do inconsciente”
Marcos Rey
A obra intriga por mostrar ângulos e perspectivas dos personagens pouco mostrados em outras obras. É fácil entendê-los e apoia-los, mesmo em situações insanas, o que acontece com facilidade nos contos.
“...Dezembro,20
Acho que estou numa fase de decadência total. Emagreci alguns kilos e minhas roupas se desfazem. O pior 'a fome, que me atormenta. Porém, o que dói é o contraste. Essa alegria de fim de ano que observo em todos os rostos.”(pág.180)
Vagabundos, beberrões, anarquistas, todos têm um perfil por de trás do rótulo que lhes dão, quase sempre um ser carente de afeto e amor, implorando a si mesmo por se apaixonarem a uma bela mulher, que os salvarão de seus males.
A leitura é democrática sendo simples e de fácil compreensão, a tornando fácil indicação a leitores iniciantes ou a velhos amantes da literatura brasileira.
A seguir fotos do laboratório de pesquisa, retratando o lifestyle bohêmio atual de São Paulo.
ENTERRO DA CAFETINA,
Autor: Rey, Marcos
Grupo: Lucas Belo , Noele Grotoli, Simon Lee
Filho de gráfico, teve o início de sua profissão escrevendo para jornais e rádios.
A partir da década de 50, Rey intensifica sua habilidade como escritor, começando a escrever seus romances.
Fundador da Gráfica Mauá e publicitário, larga todas suas colaborações para dedicar-se à partir da década de 60, exclusivamente aos livros, os quais viram roteiros cinematográficos em 70, o que lhe rende o prestígio de ser um dos mais requisitados roteiristas da época.
Cria o formato mini-série e contribui com inúmeros projetos para a Emissora Rede Globo e à partir de 1986, faz parte da Academia Brasileira de Letras.
Em 1998 publica seu último romance, Fantoches!, e falece aos 74 anos de idade em 1999, quando suas cinzas foram jogadas ao céu paulista, palco de suas obras.
A obra fragmentada nos sete capítulos em forma de contos, se trata de um retrato boêmio da São Paulo vivida na década de 60.
“Seis pessoas, reunidas no ateliê de um pintor, no decadente bairro de Vila Biarque, conspiravam e fumavam...”(pag.99)
Ora romântico, ora dramático, sempre há elementos humorísticos, que traça o perfil do autor.
O peculiar é que os contos se encontram em diversas coincidências. Personagens e hotéis formam uma complementação dos contos como um todo.
Otávio, personagem mais notado, é descrito com incrível precisão de detalhes psicológicos, mostrando ao leitor desejos íntimos que transcendem o texto.
A riqueza de detalhes que perpetuam a época não passam despercebidos, como trajes, hábitos, objetos e automóveis, o que contribui para uma leitura voraz e intrigante.
“...esse caso do Austin abriu as cortinas do drama...”(pag.120)
“ - Que prefere? Casimira ou tropical? Temos também fazendas estrangeiras...”(pag.122)
São estórias noturnas, vividas por pessoas pouco amantes do sol e do ar puro. Parece coisa provada que o sol, além de causar perigosas queimaduras na pele, torna as pessoas preguiçosas e irritadiças. Vejam vocês os bohêmios. São criaturas de boa índole, mentalmente muito ativas e, talvez porque não tomem sol, resistem melhor ao álcool e ao sono. Se o sol de fato fizesse tanto bem, como apregoam certos médicos apressados, a África seria o centro da civilização e estaria coberta de chaminés. Quanto ao ar puro, posso informar que as boates substituem-no com êxito pelos aparelhos de ar-condicionado, quase todos de excelente fabricação norte-americana. Alguns injetam no ambiente essências odoríficas, o que estimula o romance quando um piano saudosista colabora com La vie em rose.
Os personagens deste livro, como foi dito, são de circulação noturna. Por favor, não os confundam com guardas noturnos. Esses são profissionais e todos eles odeiam a noite. Não são também pessoas que sofrem de insônia, sempre às voltas com suas pílulas. Quero que fique bem claro: são homens e mulheres que param nos bares, restaurantes, “inferninhos”, cabarés, boates e em certas casas onde tudo se tolera. São bohêmios por vocação ou por erro de educação, por dor de cotovelo ou qualquer dor, por falta de dinheiro ou por excesso, por vagabundagem ou paixão à sociologia.
O antipático astro-rei se ocultou. Comecemos.”(pág.7)
“ As boas histórias vem do fundo, sempre ligadas às nossas experiências mais íntimas e essenciais. Nascem do mergulho no grande oceano do inconsciente”
Marcos Rey
A obra intriga por mostrar ângulos e perspectivas dos personagens pouco mostrados em outras obras. É fácil entendê-los e apoia-los, mesmo em situações insanas, o que acontece com facilidade nos contos.
“...Dezembro,20
Acho que estou numa fase de decadência total. Emagreci alguns kilos e minhas roupas se desfazem. O pior 'a fome, que me atormenta. Porém, o que dói é o contraste. Essa alegria de fim de ano que observo em todos os rostos.”(pág.180)
Vagabundos, beberrões, anarquistas, todos têm um perfil por de trás do rótulo que lhes dão, quase sempre um ser carente de afeto e amor, implorando a si mesmo por se apaixonarem a uma bela mulher, que os salvarão de seus males.
A leitura é democrática sendo simples e de fácil compreensão, a tornando fácil indicação a leitores iniciantes ou a velhos amantes da literatura brasileira.
A seguir fotos do laboratório de pesquisa, retratando o lifestyle bohêmio atual de São Paulo.
ENTERRO DA CAFETINA,
Autor: Rey, Marcos
Grupo: Lucas Belo , Noele Grotoli, Simon Lee
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