MODA E LITERATURA - 2010

Moda e Literatura 2011 : Tema: A Literatura Paulistana
Moda e Literatura 2010: tema: “Cidades Latino-americanas” Enfocará a produção de escritores latino-americanos que, em suas obras, privilegiaram a realidade urbana. Projeto teórico-prático executado pelos alunos do terceiro semestre da graduação de moda da UNIFMU.
Programação: Desfile performático no dia 22 de outubro de 2010, 12 horas, na Avenida Paulista. Saída: Rua Minas Gerais, destino Livraria Cultura - Conjunto Nacional.

informações: zizizaza@gmail.com

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domingo, 21 de março de 2010

Turma C, noite.

1968 - Meia Oito

68 (meia oito), romance escrito por autores de gerações distintas, o paulistano Flavio Braga e o baiano Luis Daltro. A obra retrata acontecimentos ocorridos no ano de 1968, através de histórias em sua maioria verídicas e que ao longo do livro interligam-se possibilitando a observação de diferentes pontos de vista.

Período marcado pela forte repressão e mudanças comportamentais, o mundo estava em estado de ebulição, por conta da ditadura militar, os protestos estudantis, a luta dos negros contra o racismo, o movimento hippie, o tropicalismo, uso excessivo de entorpecentes, libertação feminina e sexual. Ano que ficou conhecido como ´´o ano que abalou o mundo``, foi um período de muitas perdas, porém de conquistas sociais que refletem até hoje.

Os personagens transmitem todos os acontecimentos citados anteriormente de diferentes ópticas. Roberto Medeiros Vares proveniente de família tradicional e conservadora, recém formado em direito era indiferente em relação ao que acontecia, mas demonstrava mais simpatia pelos de direita, conhece Ava de Noronha Macedo estudante de filosofia, idealista, adepta aos novos comportamentos e totalmente de esquerda, eles se casam, mas a união não dá certo. Silvano Dantas de Jesus músico, compositor, questionador, tropicalista e totalmente contra a repressão. Rose Salvador casada com um carrasco, mãe de dois filhos, abandona sua casa em busca de sua felicidade.

Trata-se de um romance narrado em prosa, por narrador onisciente e personagem, em tempo histórico-cronológico. Personagens principais: Roberto, Ava, Rosa e Dantas, os secundários são: Dado, Teco, Érica, marido e filhos de Rosa.

O livro lido faz parte da terceira edição do projeto Moda e Literatura, que em 2010 tem como tema´´ Cidades Latino Americanas`` e enfocará a produção de escritores latino-americanos, que retratam a realidade urbana.

Flávio Braga

Paulistano, romancista e ensaísta com 12 livros publicados, é autor entre eles, de Sade em Sodoma e O que contei a Zvaiter sobre o sexo. Vive no Rio de Janeiro.

Luis Daltro

Baiano, formado em Letras UFBA e com mestrado na UCLA, Universidade da Calirfónia (EUA), com a tese 3 visões da contracultura. É músico e compositor. Autor do romance 7 dias no inferno, entre outros.







Bruna Coimbra, Caio Roque, Eliane Assis, Iasmin Souza.




Ciranda de Pedra


Ciranda de Pedra é um livro que fala principalmente de sentimentos, a Protagonista Virginia, quando menina era rejeitada por suas irmãs e seu pai, morando com sua mãe doente mental e seu padastro, ansiava morar com o pai, devido à pobreza com a qual convivia em casa e o luxo na mansão do pai; ao sair de casa para morar na mansão luxuosa, sua mãe morre, seu padastro se suicida, então descobre que seu padastro, era na verdade, seu verdadeiro pai. Assim, entendendo sua rejeição perante o pai que acreditava ser o verdadeiro, pede a ele que a interne num colégio de freiras onde vivera durante anos, quando regressa à sua casa e ao convívio da família, descobre que tudo mudou principalmente ela mesma, então todos os sentimentos da infância que lutou para esquecer vêm a tona, mas agora é diferente, porque ela é disputada por todos, só o pai que continua não conseguindo amá-la; À principio, ela gosta da sensação de estar sendo disputada , então se joga numa teia de falsidade e vadiagem, até que tem uma crise de consciência e decide ir para longe de todos, até mesmo quando descobre que seu amor platônico também a ama.

Virginia é a personagem principal, moça com sentimentos contraditórios e é por seus olhos que a história é narrada em terceira pessoa, mostrando assim, seu ponto de vista, os antagonistas são: Conrado, o ídolo de Virginia, seu amado é justo e sensível; Otávia, irmã do meio de Virginia, é bela, delicada e vulgar; Bruna é a irmã mais velha entre as três, tem traços e personalidade forte, é super religiosa; Afonso é um dos amigos de infância das meninas, é egocêntrico e acaba se casando com Bruna; Letícia é a irmã do Conrado, ela se apaixona por Virginia; Laura, mãe das três irmãs, tem graves problemas mentais e é inconstante; Daniel pai/padastro de Virginia, é marido de Laura a quem ama mais que tudo; Natércio, pai de Bruna e Otávia, também reconhecido como pai de Virginia, um homem calado e casmurro; Luciana, empregada da casa de Daniel e de Laura, ela ama Daniel profundamente; Frau Herta, governanta na casa de Natércio, dedica-se à Bruna e Otávia, principalmente à Otávia, até problemas de saúde à afastarem; Rogério, vizinho de Letícia, amante de Bruna, acaba apaixonando-se também por Virginia.

Ciranda de Pedra tem um ponto marcante, em sua maioria os personagens têm aparências diferentes e marcantes, dando assim, várias possibilidades, como unir o delicado e fino ao forte e denso, sabendo combinar os pontos fortes de cada personagem, é possível fazer uma combinação fazendo-a até criar uma identidade.

Esta obra tem pontos de referência de comportamento, tem uma pequena cartela de cores, inúmeros pontos de tato, cheiro, sons variados; seria possível criar à partir de trechos falando sobre o comportamento dos personagens, um look que lembre inocência, mas ao mesmo tempo, audácia, sutileza velada por um véu pouco transparente de uma delicadeza e aparência angelical, até meio infantil, tudo isso, disfarçando uma sensualidade à partir de desejos dos personagens.

Lygia Fagundes Telles - Biografia

Lygia Fagundes Telles, advogada, contista e romancista, nasceu em São Paulo, SP, em 19 de Abril de 1923. Eleita em 24 de Outubro de 1985, para a Cadeira 16, sucedendo a Pedro Calmon, foi recebida em 12 de Maio de 1987, pelo acadêmico Eduardo Portella.

Filha do magistrado Durval de Azevedo Fagundes e de Maria do Rosário de Azevedo Fagundes, passou a maior parte da infância em cidades do interior do Estado onde seu pai foi delegado e promotor público. Formou-se na Escola Superior de Educação Física e, a seguir, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali participou ativamente da vida literária universitária, integrando a comissão de redação de redação das revistas Arcádia e XI de Agosto.

Casou-se com o professor Gofredo da Silva Telles Junior. Desse casamento tem um filho Gofredo da Silva Telles, fundador da Cinemateca Brasileira, falecido em 1977.

Como funcionária pública, veio a ser Procuradora do Estado. Foi presidente da Fundação Cinemateca Brasileira em São Paulo durante quatro anos e também vice-presidente da União Brasileira de Escritores.

Começou a escrever contos ainda adolescente. Estava na Faculdade quando seu livro Praia Viva foi publicado em 1944.

Em 1949, seu volume de contos, O Cacto Vermelho, recebeu o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras. Mais tarde, porém, a autora rejeitou seus primeiros escritos, por considerá-los imaturos e precipitados.

Segundo o professor Antonio Candido Mendes, seu romance Ciranda de Pedra, publicado em 1954, seria o marco da sua maturidade intelectual. Sua obra tem merecido a melhor crítica no Brasil e no exterior, com livros publicados com grande sucesso. A presença de Lygia Fagundes Telles na vida literária brasileira é constante também pela sua participação em congressos, debates e seminários.

Pela sua obra literária recebeu diversos prêmios: Premio Afonso Arinos da Academia Brasileira de letras (1949); Premio do Instituto Nacional do Livro (1958); Premio Boa Leitura (1964); Premio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro (1965); Premio do I Concurso Nacional de Contos do Governo do Paraná (1968); Premio Guimarães Rosa as Fundepar (1972); Premio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras (1973); Premio Ficção, da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1974 e 1980); Premio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1974); Premio do Pen Clube do Brasil (1977); Premio II Bienal Nestlé de Literatura Brasileira Contos (1984), e Premio Pedro Nava, o Melhor Livro do Ano (1989).









Bruna Lima Ritter, Camila Pinto Guedes, Kaismabelle Dantas, Jurema Simoes.


Prisão Perpétua

Ricardo Piglia nasceu em Adrogué, Buenos Aires em 1940. Conceituado escritor argentino publicou entre os textos de ficção: La invasión (contos, 1967), Nombre falso (contos, 1975), Respiración artificial (romance, 1980), Prisión perpetua (novelas, 1988), La ciudad ausente (romance, 1992) e Plata quemada (romance 1997). Os livros de não-ficção são Crítica y ficción (1986, com edição ampliada em 1990), Formas breves (2000), Tres propuestas para el próximo milenio (y cinco dificultades) (2001) e El último lector (2005). Compôs, em parceria com o músico Gerardo Gandini, a ópera que estreou em 1995 no Teatro Colón de Buenos Aires, La ciudad ausente, baseada em seu romance de mesmo nome. Em 1990, Alejandro Agresti dirigiu um longa metragem chamado Luba, partindo do livro Nombre falso. Em 1998, igualmente, Marcelo Piñeyro levou às telas a história de Plata quemada. Ricardo Piglia editou o Diccionario de la novela de Macedonio Fernández, de quem era muito fã, em 2000, organizou e prefaciou uma antologia de contos chamada Las fieras (1993). Cuentos con dos rostros (1992) é uma seleção de relatos e integra um projeto de difusão cultural dirigido pela Universidad Nacional Autónoma de México, sob os cuidados de Marco Antonio Campos. La Argentina en pedazos (1993) é uma compilação de ensaios introdutórios à literatura Argentina, originalmente preparados para as adaptações de textos literários da revista em quadrinhos Fierro. Cuentos Morales (1995) é uma antologia organizada por Piglia que reúne alguns de seus relatos, escritos entre 1961 e 1990.

A história de Prisão Perpetua começa a ser narrada na Argentina na década de 50, onde o autor relata as aventuras políticas de seu pai no período revolucionário nacionalista e democrático do país.

Em 1957, Ricardo Piglia e sua família mudam-se para a cidade de Mar Del Plata, um porto pesqueiro situado no centro leste do país onde tentam recomeçar a vida longe dos inimigos de Perón, que perturbam seu pai, um peronista convicto. Nada satisfeito com a mudança, Piglia começa a escrever um diário para fugir de sua realidade. Este período difícil da vida do autor é retratado no inicio do livro e serve de partida para sua iniciação ao mundo da narrativa. Mais tarde acaba conhecendo Steve Ratliff, um personagem de personalidade conturbada que serve de influencia a Piglia e o ensina a arte de narrar.

A obra de 1988 trata-se de uma novela que inclui seis contos e alguns episódios variados narrados por Pligia. Tais episódios são narrativas repletas de relatos históricos e fictícios, do gênero policial e sentimental. Pligia apresenta personagens perturbadores em uma trama que entrelaça várias histórias de crimes e loucura.

A obsessão de Ratliff por uma mulher casada que foi sua amante, e hoje está presa na Argentina, condenada pelo homicídio do marido, mostra a Piglia como sentimentos aterradores podem levar as pessoas a atos extremos, como o suicídio e o assassinato, ou até mesmo a auto-condenação a perpétua tormenta por um amor conturbado.

Piglia possuía uma grande paixão pelo ato de narrar novelas, que adquiriu com Ratliff, de quem ele ouviu muitos contos no decorrer de sua amizade, e essa é uma das características principais do livro.

No texto aparecem vários personagens de diversos contos, alguns o autor descreve dando ênfase a forma física (principalmente no caso das mulheres), mas a grande maioria é descrita de forma psicológica. As formas físicas descritas no livro são diversas, com uma preferência do autor a cabelos avermelhados, e as formas psicológicas apresentam um aspecto obscuro e inquietante.

Nessa história não existe necessariamente mocinhos e bandidos, todos são culpados do rumo de suas vidas. Até existe a rotulação de vítima e assassino (para os contos policiais), mas isso não reflete o conceito do livro.

O narrador, que no caso é o próprio autor, é o único personagem que aparece constantemente no livro, do início ao fim, os outros personagens passam de forma passageira no decorrer da história, mas isso não torna, necessariamente, Piglia o personagem principal, pois faz parte de seu papel narrar a vida dos outros e mal descrever a sua. Piglia narra histórias alheias justamente para suprir a falta de acontecimentos marcantes em sua vida.

Piglia se mostra como narrador-personagem intruso, ao relatar a vida dos outros e seu ponto de vista. Cada personagem é protagonista de sua própria vida e Piglia acaba aparecendo como coadjuvante de alguns contos, ou às vezes apenas como narrador.

O discurso de Piglia muitas vezes se mistura, às vezes é um discurso direto, e outras vezes se torna indireto, varia dependendo da necessidade do conto. A linguagem empregada no livro é rápida e de fácil compreensão, sem deixar de ser culta.

Assim como Piglia nos apresenta sua fascinação pela narrativa e a inquietante mente humana, propomos direcionar nossa pesquisa a fatores como: obsessão, loucura, assassinato, suicídio, distúrbios emocionais, sexo, álcool e comportamento autodestrutivo, demonstrando esse aspecto através de formas estranhas e agressivas, texturas que se opõem entre o liso e o áspero e cores obscuras.









Kátia Araujo, Ingrid Santos, Greissemeire, Bruna Manfré



Yolanda

Yolanda de Ataliba Nogueira Penteado nasceu em 1903 de uma família tradicional da aristocracia brasileira. Filha de Dona Guiomar e Seu Juvenal e com mais quatro irmãos mais velhos. Conviveu boa parte da sua infância na Fazenda Empyreo. Até que Dona Guiomar decidiu mudar-se para São Paulo com a família. Para a pequena Yolanda, uma menina que nasceu na fazenda, a mudança foi traumática.

Estudou em colégio interno, tomou aulas de piano. O tempo foi passando e Yolanda tornava-se uma mocinha e teve varias paixonites. Um dos seus primeiros admiradores foi Assis Chateaubriand, teve grande importância na vida de Yolanda, que o via apenas como um grande amigo. Casou-se com Jayme da Silva Telles com quem conviveu 13 anos juntos e passou grandes temporadas em Paris. Casou-se também com Ciccilo Matarazzo no México, juntos, organizaram a I Bienal de São Paulo, seu relacionamento com políticos também facilitaram a liberação de recursos necessários aos projetos. Houve um grande afeto pelo aviador Santos Dumont.

Apesar de sua paixão pela arte, Yolanda se tornou uma grande fazendeira, ainda mais depois do fim de seu casamento com o segundo marido. Passou a se dedicar também a grandes projetos: A Consolidação do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, a implantação definitiva do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, e mais tarde foi doado grande parte da sua coleção. Depois de ver grandes amigos morrerem, Yolanda decide vender a Fazenda Empyreo e isola-se para escrever o livro de suas memórias ‘tudo em cor-de-rosa’. Morre aos 79 anos cremada, e atendendo seu pedido, as cinzas foram espalhadas na fazenda.

O Autor Antônio Bivar é Paulistano, porem cresceu no interior, estudou teatro no Rio de Janeiro e literatura na Inglaterra. Escreveu diversas peças onde muitas foram premiadas, há muito tempo vem escrevendo para revistas e jornais. Leitor compulsivo, tem uma certa preferência por biografias, memórias e romances.

Com ajuda de varias personalidades que passou na vida de Yolanda, Bivar descreve varias características dela no livro. Uma mulher tradicional, generosa, com tamanha elegância e vontade de viver, ela despertava muitos olhares, tanto masculinos quanto femininos, extremamente imprevisível: ‘ao mesmo tempo que podia viver apegada a uma coisa, de uma hora pra outra, sem o menor pudor se desapegava.’

E foi uma dessas que o grupo se identificou, Yolanda, alem de ser uma mulher tradicional, durante toda sua vida, vivia rodeada de homens, tanto algumas paixonites que iam e voltavam, tanto verdadeiros amigos que marcaram sua vida. Pensamos na criação de um ‘look’ masculino, porem usando um corpo feminino de acordo com suas atitudes, personalidades e conceitos. No caso, uma alfaiataria extremamente elegante.

Uma excelente narrativa, onde podemos conhecer a vida daquela ‘caipirinha’ que mais tarde se tornaria um grande símbolo e incentivo para a historia da Arte e das Bienais.

Jéssica Arruda, Patrícia, Bruna Rigamonte.



À margem da linha

O livro descreve a história de dois garotos, que saem para o “mundo afora” a procura de seu pai. Um já na adolescência e o outro um pouco mais novo, com dez anos de idade. O livro é narrado pelo irmão mais novo que enxerga o irmão mais velho como uma referência quase paterna na vida dele.

O irmão mais velho que é chamado por ele como “Mano”, e o lado mais enérgico, frio, porém compenetrado, aquele que tem sempre a palavra certa pra falar, interessado em saber o que haveria acontecido com o pai ele coloca uma meta a ser cumprida por eles, que é sempre seguir os trilhos do trem à procura do pai.

Nesta vasta caminhada eles passam por vários per causos, tormentas e alegrias como: ventos, chuvas e etc. Durante esta longa caminhada eles deparam com um garoto que sofre um acidente de bike, eles o socorrem e o levam para casa, lá encontram Adão (o caseiro), e sua esposa que dão abrigo aos dois. Encontram a oportunidade de tomar banho e se alimentar, e é quando o irmão mais novo começa a se lembrar da família que havia deixado, da comida preparada pela mana (irmã), das árvores, dos cheiros das frutas, e de como e bom ter uma família, e o carinho de todos de casa. Sendo ele ainda uma criança, ou seja, aquele que sempre respeitou a cabeça e vontades do mano, ele se depara pela primeira vez com uma ideia contraditória à do irmão. Decide então pegar o caminho de volta para casa, e o irmão mais velho segue em frente à margem da linha do trem a procura do pai.

O autor Paulo dos Santos Rodrigues nasceu em 1948, em São Paulo (SP). De origem humilde, entrou em contato com a literatura na adolescência, graças a uma biblioteca que sua família recebeu em doação. O autor coloca o irmão mais novo como narrador do livro, a história toda do livro se passa entre os dois irmãos; o mais velho e o irmão mais novo de 10 anos contracenando com pessoas e lugares por onde eles passam.

Cristiane Castro, Danielle Mingrone, Flávia Teodoro, Ingrid Emy


A Barcarola

A Barcarola livro de Pablo Neruda, representa o equilíbrio entre poema e plenitude, o livro é totalmente poético, baseado em circunstâncias que o autor mesmo viveu, paisagens, experiências e os amigos do passado que são pessoas que marcaram a historia latino- americana.

Neruda nasceu na cidade do Chile, então cita muitas vezes os lugares que conheceu ao longo de sua vida, nas páginas 19 e 21 ele o nomeia dois de seus poemas, ” La Chascona que significa a emaranhada e La Sebastiana ”, duas casas que construiu em Valparaiso logo após ser eleito senador e obtêm também o prêmio Nacional de Literatura, fato ocorrido em 1945.

Outra referência importante se encontra na página 49, onde o autor cita a cidade de Temuco, “Ele passeava em Boroa, Temuco com um charlatão agregado...”, ele viveu a maior parte de sua infância nesta cidade.

A Barcarola é um livro poético e que conta vários episódios de suas viagens, cada lugar que Neruda conhecia ele transformava imagens em poesias, contando de paisagens, lado político, mulheres, seus amigos e também até do Rei Pelé e sua passagem pelo Brasil.

Ao ler o livro é possível encontrar um lado de Neruda boêmio, e simples de ser, porém ele nos mostra uma preocupação com Chile, ele tem total devoção ao seu pais, tanto que ao passar dos anos Neruda vira senador de seu próprio pais amado.

O titulo do livro “A Barcarola “ é de uma musica chilena muito famosa na época, o próprio autor diz que a musica e o livro nos remete a recordações,ao passado.

A proposta do trabalho é poder transportar este mundo de poesia traduzida em um só modelo de roupa, uma roupa que traduz resumidamente toda a história do livro em um look de roupa, estamos usando de referência também às regiões litorâneas do Chile, por isso temos que ter certa conexão com a cor azul, uma roupa andrógena usando a técnica deep Day.

Para a elaboração de um look a partir da leitura desse livro, primeiramente é separado uma cartela de cores com as principais características do livro, as cores que podem ser usadas neste livro são o azul, preto e cinza, foi preciso também se aprofundar mais na biografia do autor e resgatar informações de extrema importância como o a cultura chilena, as vestimentas, costumes e cores.

A revelação da influência cultural do Chile vem da Espanha, na época da Colônia, se evidencia nas práticas religiosas, uso de certos instrumentos e, especialmente, nas danças. Esta é à base da música folclórica chilena. Devido à sua extensão há dificuldades de comunicação. O folclore das diferentes regiões do país possui suas próprias características.

Um dos maiores poetas chilenos e da literatura contemporânea, a obra de Neruda tem fases distintas. Ele pode ser o poeta lírico e angustiado de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924) ou pode elaborar versos de cunho político e, em alguns momentos, com características épicas, como em Canto geral (1950).

No livro Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, Neruda canta o amor, a ausência da mulher amada, e cultua uma tristeza que chega ao desespero. Os versos são, muitas vezes, extravagantes guardam poucos pontos de contato com a realidade.

Mais tarde, na obra Residência na terra, a angústia assume proporções trágicas, e Neruda fala sobre a morte, a ruína, a desintegração do mundo.

A visão dos horrores da Guerra Civil Espanhola fará com que a preocupação social, acompanhada do engajamento político-partidário, influencie sua poesia.


Debora Zebelin, Marco Aurélio, Winnie Ohara, Mateus Park.

Prisão Perpétua

Ricardo Piglia nasceu em Adrogué, Buenos Aires em 1940. Conceituado escritor argentino publicou entre os textos de ficção: La invasión (contos, 1967), Nombre falso (contos, 1975), Respiración artificial (romance, 1980), Prisión perpetua (novelas, 1988), La ciudad ausente (romance, 1992) e Plata quemada (romance 1997). Os livros de não-ficção são Crítica y ficción (1986, com edição ampliada em 1990), Formas breves (2000), Tres propuestas para el próximo milenio (y cinco dificultades) (2001) e El último lector (2005). Compôs, em parceria com o músico Gerardo Gandini, a ópera que estreou em 1995 no Teatro Colón de Buenos Aires, La ciudad ausente, baseada em seu romance de mesmo nome. Em 1990, Alejandro Agresti dirigiu um longa metragem chamado Luba, partindo do livro Nombre falso. Em 1998, igualmente, Marcelo Piñeyro levou às telas a história de Plata quemada. Ricardo Piglia editou o Diccionario de la novela de Macedonio Fernández, de quem era muito fã, em 2000, organizou e prefaciou uma antologia de contos chamada Las fieras (1993). Cuentos con dos rostros (1992) é uma seleção de relatos e integra um projeto de difusão cultural dirigido pela Universidad Nacional Autónoma de México, sob os cuidados de Marco Antonio Campos. La Argentina en pedazos (1993) é uma compilação de ensaios introdutórios à literatura Argentina, originalmente preparados para as adaptações de textos literários da revista em quadrinhos Fierro. Cuentos Morales (1995) é uma antologia organizada por Piglia que reúne alguns de seus relatos, escritos entre 1961 e 1990.

A história de Prisão Perpetua começa a ser narrada na Argentina na década de 50, onde o autor relata as aventuras políticas de seu pai no período revolucionário nacionalista e democrático do país.

Em 1957, Ricardo Piglia e sua família mudam-se para a cidade de Mar Del Plata, um porto pesqueiro situado no centro leste do país onde tentam recomeçar a vida longe dos inimigos de Perón, que perturbam seu pai, um peronista convicto. Nada satisfeito com a mudança, Piglia começa a escrever um diário para fugir de sua realidade. Este período difícil da vida do autor é retratado no inicio do livro e serve de partida para sua iniciação ao mundo da narrativa. Mais tarde acaba conhecendo Steve Ratliff, um personagem de personalidade conturbada que serve de influencia a Piglia e o ensina a arte de narrar.

A obra de 1988 trata-se de uma novela que inclui seis contos e alguns episódios variados narrados por Pligia. Tais episódios são narrativas repletas de relatos históricos e fictícios, do gênero policial e sentimental. Pligia apresenta personagens perturbadores em uma trama que entrelaça várias histórias de crimes e loucura.

A obsessão de Ratliff por uma mulher casada que foi sua amante, e hoje está presa na Argentina, condenada pelo homicídio do marido, mostra a Piglia como sentimentos aterradores podem levar as pessoas a atos extremos, como o suicídio e o assassinato, ou até mesmo a auto-condenação a perpétua tormenta por um amor conturbado.

Piglia possuía uma grande paixão pelo ato de narrar novelas, que adquiriu com Ratliff, de quem ele ouviu muitos contos no decorrer de sua amizade, e essa é uma das características principais do livro.

No texto aparecem vários personagens de diversos contos, alguns o autor descreve dando ênfase a forma física (principalmente no caso das mulheres), mas a grande maioria é descrita de forma psicológica. As formas físicas descritas no livro são diversas, com uma preferência do autor a cabelos avermelhados, e as formas psicológicas apresentam um aspecto obscuro e inquietante.

Nessa história não existe necessariamente mocinhos e bandidos, todos são culpados do rumo de suas vidas. Até existe a rotulação de vítima e assassino (para os contos policiais), mas isso não reflete o conceito do livro.

O narrador, que no caso é o próprio autor, é o único personagem que aparece constantemente no livro, do início ao fim, os outros personagens passam de forma passageira no decorrer da história, mas isso não torna, necessariamente, Piglia o personagem principal, pois faz parte de seu papel narrar a vida dos outros e mal descrever a sua. Piglia narra histórias alheias justamente para suprir a falta de acontecimentos marcantes em sua vida.

Piglia se mostra como narrador-personagem intruso, ao relatar a vida dos outros e seu ponto de vista. Cada personagem é protagonista de sua própria vida e Piglia acaba aparecendo como coadjuvante de alguns contos, ou às vezes apenas como narrador.

O discurso de Piglia muitas vezes se mistura, às vezes é um discurso direto, e outras vezes se torna indireto, varia dependendo da necessidade do conto. A linguagem empregada no livro é rápida e de fácil compreensão, sem deixar de ser culta.

Assim como Piglia nos apresenta sua fascinação pela narrativa e a inquietante mente humana, propomos direcionar nossa pesquisa a fatores como: obsessão, loucura, assassinato, suicídio, distúrbios emocionais, sexo, álcool e comportamento autodestrutivo, demonstrando esse aspecto através de formas estranhas e agressivas, texturas que se opõem entre o liso e o áspero e cores obscuras.



Kátia Araujo, Bruna Manfré, Ingrid Santos e Greissemeire.

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