Processo criativo do desfile Moda e Literatura. Quarta Edição - nov. 2011
MODA E LITERATURA - 2010
Moda e Literatura 2011 : Tema: A Literatura Paulistana
Moda e Literatura 2010: tema: “Cidades Latino-americanas” Enfocará a produção de escritores latino-americanos que, em suas obras, privilegiaram a realidade urbana. Projeto teórico-prático executado pelos alunos do terceiro semestre da graduação de moda da UNIFMU.
Programação: Desfile performático no dia 22 de outubro de 2010, 12 horas, na Avenida Paulista. Saída: Rua Minas Gerais, destino Livraria Cultura - Conjunto Nacional.
informações: zizizaza@gmail.com
Moda e Literatura 2010: tema: “Cidades Latino-americanas” Enfocará a produção de escritores latino-americanos que, em suas obras, privilegiaram a realidade urbana. Projeto teórico-prático executado pelos alunos do terceiro semestre da graduação de moda da UNIFMU.
Programação: Desfile performático no dia 22 de outubro de 2010, 12 horas, na Avenida Paulista. Saída: Rua Minas Gerais, destino Livraria Cultura - Conjunto Nacional.
informações: zizizaza@gmail.com
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
MODA E CINEMA: CURSO DE FÉRIAS : O PENSAMENTO VISUAL NA MODA
MODA E CINEMA: CURSO DE FÉRIAS : O PENSAMENTO VISUAL NA MODA: " http://visibilidadenamoda.blogspot.com/2010/12/curso-livre-belas-artes-sp-making-of-do.ht..."
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
Apresentação dos Looks em algodão cru ou tecido similar (Turma A - Manhã)
O sol se põe em São Paulo
Autor: Carvalho, Bernardo
Leão de chácara
Autor: Antonio, João
Olhos Secos
Autor: Ajzenberg, Bernardo
Contos Atrevidos
Autor: Bivar, Antonio
Nunca fui primeira dama
Autor: Guerra, Wendy
Correio do tempo
Autor: Benedetti, Mario
Eles eram muitos cavalos
Autor: Ruffato, Luiz
Enterro da cafetina,O
Autor: Rey, Marcos
Autor: Carvalho, Bernardo
GRUPO: Gabriela Oliveira, Maria Lima
Leão de chácara
Autor: Antonio, João
GRUPO: Aline Almeida, Evelyn Gomes, Fernanda Ana
Olhos Secos
Autor: Ajzenberg, Bernardo
GRUPO: Joyce Grando, Mariana Fagundes
Contos Atrevidos
Autor: Bivar, Antonio
GRUPO: Vanessa Franco, Vanessa Oliveira, Rita Teruya
Nunca fui primeira dama
Autor: Guerra, Wendy
GRUPO: Angela Paixão, Vanessa Castro
Correio do tempo
Autor: Benedetti, Mario
GRUPO: Erica I. Perfeito, Otávio Dornadeli
Eles eram muitos cavalos
Autor: Ruffato, Luiz
GRUPO: Daniela Farroco, Eunice Matos
Enterro da cafetina,O
Autor: Rey, Marcos
Grupo: Lucas Belo (manhã), Noele Grotoli (noite), Simon Lee (noite)
Apresentação dos grupos
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
MODA VAI ALÉM DE TENDÊNCIAS...É CULTURA!
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Li uma declaração sua dizendo que “detesta moda”, que ela é só uma desculpa para você fazer suas pesquisas e viajar. É isso mesmo?
[Risadinha] Eu costumo dizer que moda é interpretação de texto, de um contexto cultural, econômico e social de uma época. Foi por esse conceito que me interessei e, quando vi, tinha se tornado o meu ofício. Agora, a moda pela busca da tendência que foi lançada em Paris, do que virou hype, do comprimento que desceu 3 cm, isso não me interessa. É uma coisa que olha unicamente para o comércio.
Como foi o seu começo como estilista?
Eu sempre desenhei muito bem. Fazia qualquer curso de desenho, desde que fosse gratuito, já que não tinha dinheiro. Aí encontrei uma amiga que me falou de um curso no Senac. No fim do curso, tirei a nota mais alta. O setor de colocação profissional do Senac me ofereceu um emprego para desenhar em uma loja de tecidos. Eu tinha 16, 17 anos. Depois uma confecção me contratou. Eu não tinha vivência de moda feminina, nenhum repertório. Não tinha irmãs nem mãe, pois ela já tinha morrido. Então o que eu fazia? Andava pelas ruas e observava as roupas. Olhava uma gola de que eu gostava e falava: “Vou registrar”. Olhava para uma manga e fazia o mesmo. E fui montando meus Frankensteins. E como eu fazia para descobrir a roupa que as pessoas queriam? Puxava conversa. Ouvia as histórias delas. O que todas tinham em comum era que a roupa era um instrumento para a conquista amorosa – com o outro, com o grupo, consigo mesma. Por trás de toda roupa, está escondida uma história de amor.
Como foi a trajetória até você se tornar famoso?
Nos anos 90, ganhei uma bolsa de estudos num concurso. O prêmio era uma pós-graduação na Parson’s School de Nova York. De lá, fui para Londres e depois voltei ao Brasil. Fiz a coleção “Eu Amo Coração de Galinha”, que apresentei no Phytoervas Fashion em 1996. Na época, a Erika Palomino escreveu na Folha que eu era a “zebra da noite” e já dizia que, por trás daquele teatro todo, tinha muita moda, que era preciso prestar atenção. Depois disso, não parei mais.
Como é o seu processo de criação artística? Como você escolhe os temas dos desfiles?
Escolho tudo aquilo que me dá comichão, o que me dá vontade de pesquisar sobre o assunto. Em cada desfile, é como se eu estivesse contando uma história. “Ah, vamos falar de Nara Leão?” Aí eu mergulho e leio tudo sobre Nara Leão. Fico meses pesquisando, conversando com as pessoas, visitando os lugares ligados àquele tema.
Qual é a importância da trilha sonora nos desfiles?
A música é a voz da roupa. Antes de pensar na roupa, tenho que pensar no contexto da história que eu quero contar. Com isso definido, naturalmente a roupa aparece pedindo para ter determinada cor, determinado tecido, volume e comprimento. Por isso que eu digo que não faz sentido ficar acompanhando qual é o hype do momento, o que está na moda lá fora, entende?
Érico Hiller
Visita ao artesanato de Pirapora
Como é o seu trabalho com as comunidades de artesãos pelo Brasil?
Na primeira vez que eu levei esses trabalhos para a passarela, tive muito pudor. Porque você dá uma exposição para aquelas pessoas, e a expectativa é que essa exposição continue. Mas eu só posso ficar com aquilo por uma ou duas coleções. Então, agora, com o trabalho com as bordadeiras de Pernambuco, mudei de tática. Se você for a minha loja e comprar uma roupa, vai encontrar uma etiqueta com todas as informações: bordado na cidade tal, por tal grupo e o e-mail dele, caso queira entrar em contato. Descobri que a melhor forma de ajudar essas pessoas é expor, oferecer a minha vitrine e a minha passarela. É fácil? Não é. É tudo longe, é tudo difícil. Tem o problema da logística, da gestão dessas pessoas, de elas não entregarem na data combinada. Não é fácil. Mas é algo de que eu não quero desistir.
Quais são os seus próximos projetos?
Vou desenvolver um desfile inspirado no cinema brasileiro. Tenho que escolher 40 filmes e criar vestidos a partir deles. É um projeto da Petrobras que vai abrir os festivais de cinema no ano que vem: Paulínia, Rio, Recife, Gramado, São Paulo. Outro projeto é uma linha de cama, mesa e banho para a Tok&Stok. Essa exposição sobre o São Francisco eu quero levar para 15 cidades. E tem um livro que eu quero fazer com os meus cadernos de anotações para as coleções.
Como é a sua relação com os outros estilistas?
Tenho uma relação cordial com todos eles. De proximidade, tenho com o Jum Nakao. A gente sempre sai para jantar juntos. Admiro também a Danielle Jensen, da Maria Bonita, que tem um trabalho maravilhoso. Gosto do André Lima e da Gloria Coelho.
O que você acha do Pedro Lourenço, filho da Gloria Coelho e do Reinaldo Lourenço?
O Pedro Lourenço teve uma formação que tem tudo para torná-lo um grande estilista. Desde bebê, ele frequentava os desfiles. É um menino destemido, com 20 anos já tem uma marca. Mas espero que, no futuro, ele olhe com carinho e afeto para a cultura brasileira.
Li uma declaração sua dizendo que “detesta moda”, que ela é só uma desculpa para você fazer suas pesquisas e viajar. É isso mesmo?
[Risadinha] Eu costumo dizer que moda é interpretação de texto, de um contexto cultural, econômico e social de uma época. Foi por esse conceito que me interessei e, quando vi, tinha se tornado o meu ofício. Agora, a moda pela busca da tendência que foi lançada em Paris, do que virou hype, do comprimento que desceu 3 cm, isso não me interessa. É uma coisa que olha unicamente para o comércio.
Como foi o seu começo como estilista?
Eu sempre desenhei muito bem. Fazia qualquer curso de desenho, desde que fosse gratuito, já que não tinha dinheiro. Aí encontrei uma amiga que me falou de um curso no Senac. No fim do curso, tirei a nota mais alta. O setor de colocação profissional do Senac me ofereceu um emprego para desenhar em uma loja de tecidos. Eu tinha 16, 17 anos. Depois uma confecção me contratou. Eu não tinha vivência de moda feminina, nenhum repertório. Não tinha irmãs nem mãe, pois ela já tinha morrido. Então o que eu fazia? Andava pelas ruas e observava as roupas. Olhava uma gola de que eu gostava e falava: “Vou registrar”. Olhava para uma manga e fazia o mesmo. E fui montando meus Frankensteins. E como eu fazia para descobrir a roupa que as pessoas queriam? Puxava conversa. Ouvia as histórias delas. O que todas tinham em comum era que a roupa era um instrumento para a conquista amorosa – com o outro, com o grupo, consigo mesma. Por trás de toda roupa, está escondida uma história de amor.
Como foi a trajetória até você se tornar famoso?
Nos anos 90, ganhei uma bolsa de estudos num concurso. O prêmio era uma pós-graduação na Parson’s School de Nova York. De lá, fui para Londres e depois voltei ao Brasil. Fiz a coleção “Eu Amo Coração de Galinha”, que apresentei no Phytoervas Fashion em 1996. Na época, a Erika Palomino escreveu na Folha que eu era a “zebra da noite” e já dizia que, por trás daquele teatro todo, tinha muita moda, que era preciso prestar atenção. Depois disso, não parei mais.
Como é o seu processo de criação artística? Como você escolhe os temas dos desfiles?
Escolho tudo aquilo que me dá comichão, o que me dá vontade de pesquisar sobre o assunto. Em cada desfile, é como se eu estivesse contando uma história. “Ah, vamos falar de Nara Leão?” Aí eu mergulho e leio tudo sobre Nara Leão. Fico meses pesquisando, conversando com as pessoas, visitando os lugares ligados àquele tema.
Qual é a importância da trilha sonora nos desfiles?
A música é a voz da roupa. Antes de pensar na roupa, tenho que pensar no contexto da história que eu quero contar. Com isso definido, naturalmente a roupa aparece pedindo para ter determinada cor, determinado tecido, volume e comprimento. Por isso que eu digo que não faz sentido ficar acompanhando qual é o hype do momento, o que está na moda lá fora, entende?
Érico Hiller
Visita ao artesanato de Pirapora
Como é o seu trabalho com as comunidades de artesãos pelo Brasil?
Na primeira vez que eu levei esses trabalhos para a passarela, tive muito pudor. Porque você dá uma exposição para aquelas pessoas, e a expectativa é que essa exposição continue. Mas eu só posso ficar com aquilo por uma ou duas coleções. Então, agora, com o trabalho com as bordadeiras de Pernambuco, mudei de tática. Se você for a minha loja e comprar uma roupa, vai encontrar uma etiqueta com todas as informações: bordado na cidade tal, por tal grupo e o e-mail dele, caso queira entrar em contato. Descobri que a melhor forma de ajudar essas pessoas é expor, oferecer a minha vitrine e a minha passarela. É fácil? Não é. É tudo longe, é tudo difícil. Tem o problema da logística, da gestão dessas pessoas, de elas não entregarem na data combinada. Não é fácil. Mas é algo de que eu não quero desistir.
Quais são os seus próximos projetos?
Vou desenvolver um desfile inspirado no cinema brasileiro. Tenho que escolher 40 filmes e criar vestidos a partir deles. É um projeto da Petrobras que vai abrir os festivais de cinema no ano que vem: Paulínia, Rio, Recife, Gramado, São Paulo. Outro projeto é uma linha de cama, mesa e banho para a Tok&Stok. Essa exposição sobre o São Francisco eu quero levar para 15 cidades. E tem um livro que eu quero fazer com os meus cadernos de anotações para as coleções.
Como é a sua relação com os outros estilistas?
Tenho uma relação cordial com todos eles. De proximidade, tenho com o Jum Nakao. A gente sempre sai para jantar juntos. Admiro também a Danielle Jensen, da Maria Bonita, que tem um trabalho maravilhoso. Gosto do André Lima e da Gloria Coelho.
O que você acha do Pedro Lourenço, filho da Gloria Coelho e do Reinaldo Lourenço?
O Pedro Lourenço teve uma formação que tem tudo para torná-lo um grande estilista. Desde bebê, ele frequentava os desfiles. É um menino destemido, com 20 anos já tem uma marca. Mas espero que, no futuro, ele olhe com carinho e afeto para a cultura brasileira.
MODA E LITERATURA: RONALDO FRAGA
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Rio de arte: Ronaldo Fraga é um dos grandes estilistas do país, mas não liga para a moda; seu negócio é cultura
Rio de arte: Ronaldo Fraga é um dos grandes estilistas do país, mas não liga para a moda; seu negócio é cultura
MODA E CINEMA: CURSO O PENSAMENTO VISUAL NA MODA - JANEIRO 2010 -...
MODA E CINEMA: CURSO O PENSAMENTO VISUAL NA MODA - JANEIRO 2010 -...: "http://www.belasartes.br/cursoslivres/?pagina=curso&curso=&codigo=369&busca%5Bprocedente%5D=on Objetivo Desenvolver nos alunos a capacidad..."
MODA E CINEMA: CURSO O PENSAMENTO VISUAL NA MODA - JANEIRO 2010 -...
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MODA E CINEMA: CURSO O PENSAMENTO VISUAL NA MODA - JANEIRO 2010 -...
MODA E CINEMA: CURSO O PENSAMENTO VISUAL NA MODA - JANEIRO 2010 -...: "http://www.belasartes.br/cursoslivres/?pagina=curso&curso=&codigo=369&busca%5Bprocedente%5D=on Objetivo Desenvolver nos alunos a capacidad..."
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Croquis - Turma A - (parte 5 )
domingo, 21 de novembro de 2010
Croquis - Turma A - Manhã (parte 4 )
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
ENTERRO DA CAFETINA, O - Rey, Marcos
Conhecido como mestre do romance, Marcos Rey também contribuiu em sua obra com livros infanto-juvenis, suspenses e aventuras.
Filho de gráfico, teve o início de sua profissão escrevendo para jornais e rádios.
A partir da década de 50, Rey intensifica sua habilidade como escritor, começando a escrever seus romances.
Fundador da Gráfica Mauá e publicitário, larga todas suas colaborações para dedicar-se à partir da década de 60, exclusivamente aos livros, os quais viram roteiros cinematográficos em 70, o que lhe rende o prestígio de ser um dos mais requisitados roteiristas da época.
Cria o formato mini-série e contribui com inúmeros projetos para a Emissora Rede Globo e à partir de 1986, faz parte da Academia Brasileira de Letras.
Em 1998 publica seu último romance, Fantoches!, e falece aos 74 anos de idade em 1999, quando suas cinzas foram jogadas ao céu paulista, palco de suas obras.
A obra fragmentada nos sete capítulos em forma de contos, se trata de um retrato boêmio da São Paulo vivida na década de 60.
“Seis pessoas, reunidas no ateliê de um pintor, no decadente bairro de Vila Biarque, conspiravam e fumavam...”(pag.99)
Ora romântico, ora dramático, sempre há elementos humorísticos, que traça o perfil do autor.
O peculiar é que os contos se encontram em diversas coincidências. Personagens e hotéis formam uma complementação dos contos como um todo.
Otávio, personagem mais notado, é descrito com incrível precisão de detalhes psicológicos, mostrando ao leitor desejos íntimos que transcendem o texto.
A riqueza de detalhes que perpetuam a época não passam despercebidos, como trajes, hábitos, objetos e automóveis, o que contribui para uma leitura voraz e intrigante.
“...esse caso do Austin abriu as cortinas do drama...”(pag.120)
“ - Que prefere? Casimira ou tropical? Temos também fazendas estrangeiras...”(pag.122)
São estórias noturnas, vividas por pessoas pouco amantes do sol e do ar puro. Parece coisa provada que o sol, além de causar perigosas queimaduras na pele, torna as pessoas preguiçosas e irritadiças. Vejam vocês os bohêmios. São criaturas de boa índole, mentalmente muito ativas e, talvez porque não tomem sol, resistem melhor ao álcool e ao sono. Se o sol de fato fizesse tanto bem, como apregoam certos médicos apressados, a África seria o centro da civilização e estaria coberta de chaminés. Quanto ao ar puro, posso informar que as boates substituem-no com êxito pelos aparelhos de ar-condicionado, quase todos de excelente fabricação norte-americana. Alguns injetam no ambiente essências odoríficas, o que estimula o romance quando um piano saudosista colabora com La vie em rose.
Os personagens deste livro, como foi dito, são de circulação noturna. Por favor, não os confundam com guardas noturnos. Esses são profissionais e todos eles odeiam a noite. Não são também pessoas que sofrem de insônia, sempre às voltas com suas pílulas. Quero que fique bem claro: são homens e mulheres que param nos bares, restaurantes, “inferninhos”, cabarés, boates e em certas casas onde tudo se tolera. São bohêmios por vocação ou por erro de educação, por dor de cotovelo ou qualquer dor, por falta de dinheiro ou por excesso, por vagabundagem ou paixão à sociologia.
O antipático astro-rei se ocultou. Comecemos.”(pág.7)
“ As boas histórias vem do fundo, sempre ligadas às nossas experiências mais íntimas e essenciais. Nascem do mergulho no grande oceano do inconsciente”
Marcos Rey
A obra intriga por mostrar ângulos e perspectivas dos personagens pouco mostrados em outras obras. É fácil entendê-los e apoia-los, mesmo em situações insanas, o que acontece com facilidade nos contos.
“...Dezembro,20
Acho que estou numa fase de decadência total. Emagreci alguns kilos e minhas roupas se desfazem. O pior 'a fome, que me atormenta. Porém, o que dói é o contraste. Essa alegria de fim de ano que observo em todos os rostos.”(pág.180)
Vagabundos, beberrões, anarquistas, todos têm um perfil por de trás do rótulo que lhes dão, quase sempre um ser carente de afeto e amor, implorando a si mesmo por se apaixonarem a uma bela mulher, que os salvarão de seus males.
A leitura é democrática sendo simples e de fácil compreensão, a tornando fácil indicação a leitores iniciantes ou a velhos amantes da literatura brasileira.
A seguir fotos do laboratório de pesquisa, retratando o lifestyle bohêmio atual de São Paulo.
ENTERRO DA CAFETINA,
Autor: Rey, Marcos
Grupo: Lucas Belo , Noele Grotoli, Simon Lee
Filho de gráfico, teve o início de sua profissão escrevendo para jornais e rádios.
A partir da década de 50, Rey intensifica sua habilidade como escritor, começando a escrever seus romances.
Fundador da Gráfica Mauá e publicitário, larga todas suas colaborações para dedicar-se à partir da década de 60, exclusivamente aos livros, os quais viram roteiros cinematográficos em 70, o que lhe rende o prestígio de ser um dos mais requisitados roteiristas da época.
Cria o formato mini-série e contribui com inúmeros projetos para a Emissora Rede Globo e à partir de 1986, faz parte da Academia Brasileira de Letras.
Em 1998 publica seu último romance, Fantoches!, e falece aos 74 anos de idade em 1999, quando suas cinzas foram jogadas ao céu paulista, palco de suas obras.
A obra fragmentada nos sete capítulos em forma de contos, se trata de um retrato boêmio da São Paulo vivida na década de 60.
“Seis pessoas, reunidas no ateliê de um pintor, no decadente bairro de Vila Biarque, conspiravam e fumavam...”(pag.99)
Ora romântico, ora dramático, sempre há elementos humorísticos, que traça o perfil do autor.
O peculiar é que os contos se encontram em diversas coincidências. Personagens e hotéis formam uma complementação dos contos como um todo.
Otávio, personagem mais notado, é descrito com incrível precisão de detalhes psicológicos, mostrando ao leitor desejos íntimos que transcendem o texto.
A riqueza de detalhes que perpetuam a época não passam despercebidos, como trajes, hábitos, objetos e automóveis, o que contribui para uma leitura voraz e intrigante.
“...esse caso do Austin abriu as cortinas do drama...”(pag.120)
“ - Que prefere? Casimira ou tropical? Temos também fazendas estrangeiras...”(pag.122)
São estórias noturnas, vividas por pessoas pouco amantes do sol e do ar puro. Parece coisa provada que o sol, além de causar perigosas queimaduras na pele, torna as pessoas preguiçosas e irritadiças. Vejam vocês os bohêmios. São criaturas de boa índole, mentalmente muito ativas e, talvez porque não tomem sol, resistem melhor ao álcool e ao sono. Se o sol de fato fizesse tanto bem, como apregoam certos médicos apressados, a África seria o centro da civilização e estaria coberta de chaminés. Quanto ao ar puro, posso informar que as boates substituem-no com êxito pelos aparelhos de ar-condicionado, quase todos de excelente fabricação norte-americana. Alguns injetam no ambiente essências odoríficas, o que estimula o romance quando um piano saudosista colabora com La vie em rose.
Os personagens deste livro, como foi dito, são de circulação noturna. Por favor, não os confundam com guardas noturnos. Esses são profissionais e todos eles odeiam a noite. Não são também pessoas que sofrem de insônia, sempre às voltas com suas pílulas. Quero que fique bem claro: são homens e mulheres que param nos bares, restaurantes, “inferninhos”, cabarés, boates e em certas casas onde tudo se tolera. São bohêmios por vocação ou por erro de educação, por dor de cotovelo ou qualquer dor, por falta de dinheiro ou por excesso, por vagabundagem ou paixão à sociologia.
O antipático astro-rei se ocultou. Comecemos.”(pág.7)
“ As boas histórias vem do fundo, sempre ligadas às nossas experiências mais íntimas e essenciais. Nascem do mergulho no grande oceano do inconsciente”
Marcos Rey
A obra intriga por mostrar ângulos e perspectivas dos personagens pouco mostrados em outras obras. É fácil entendê-los e apoia-los, mesmo em situações insanas, o que acontece com facilidade nos contos.
“...Dezembro,20
Acho que estou numa fase de decadência total. Emagreci alguns kilos e minhas roupas se desfazem. O pior 'a fome, que me atormenta. Porém, o que dói é o contraste. Essa alegria de fim de ano que observo em todos os rostos.”(pág.180)
Vagabundos, beberrões, anarquistas, todos têm um perfil por de trás do rótulo que lhes dão, quase sempre um ser carente de afeto e amor, implorando a si mesmo por se apaixonarem a uma bela mulher, que os salvarão de seus males.
A leitura é democrática sendo simples e de fácil compreensão, a tornando fácil indicação a leitores iniciantes ou a velhos amantes da literatura brasileira.
A seguir fotos do laboratório de pesquisa, retratando o lifestyle bohêmio atual de São Paulo.
ENTERRO DA CAFETINA,
Autor: Rey, Marcos
Grupo: Lucas Belo , Noele Grotoli, Simon Lee
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
LEÃO-DE-CHÁCARA ANTÔNIO, JOÃO (TURMA A MANHÃ)
Leão-de-chácara é um livro inicialmente dividido em quatro contos: Leão-de-Chácara; Três Cunhadas -Natal 1960; Joãozinho da Babilônia, Paulinho Perna Torta. Histórias relatando embates ocorridos em camadas populares das cidade de São Paulo e Rio de Janeiro nas décadas de 60 e 70.
João Antônio descreve com muita ênfase a marginalização, os moleques de rua, traficantes, prostitutas e vai mostrando como as vidas dos personagens são levadas aos "trancos e barrancos" fazem ser natural o ritmo da malandragem e da bohemia.
Com uma linguagem dura o leitor entra em contato direto com a informalização das ruas, trafico de drogas, violência, bebidas falsas, tudo em torno de mulheres prostitutas, sendo vivenciado nos submundos dessas cidades de uma forma muito real mostrando suas grandezas e misérias.
O autor usa uma linguagem coloquial, com muitos palavrões e gírias, com frases longas, onde de uma gíria saem várias outras para enfatizar o sentindo a que está se referindo. Em geral ele dá uma vazão a um monologo interior dos personagens, abordando de forma bem profunda o vocabulário de cada grupo social citado ao decorrer dos contos.
Nascido no subúrbio de São Paulo, João Antônio trabalhou em lugares que não pagavam bem, lançou seu primeiro livro de contos, Malagueta, Perus e Bacanaço, em 1963, que foi uma grande sucesso de público e crítica, onde ganhou vários prêmios. O sucesso literário conduziu-o ao jornalismo.
Em 1970 ele decide mudar radicalmente de vida, sai do emprego se desfas de tudo, carro, mulher, roupas boas e passa a ser visto sempre com roupas simples adotando um estilo próximo da marginalidade em que seus personagens vivem e se dedica integralmente a literatura.
Escreveu quinze livros, só aceitava convites de ir palestrar em escolas e universidades, nunca em cerimonias e se vincular a grupos de academias literárias.
Morava só e morreu só, seu corpo foi encontrado quinze dias após sua morte.
LEÃO-DE-CHÁCARA
Autor: ANTÔNIO, JOÃO