quinta-feira, 8 de abril de 2010

Resumo e Construções Imagéticas - Turma A - Noturno

Livro: A hora azul
Autor: Cueto, Alonso.

Raphaela e Daniela.





Resenha - A Hora Azul

O livro “A Hora Azul” escrito por Alonso Cueto, foi publicado pela editora Objetiva no ano de 2006 pela primeira vez. Um romance político e histórico que tem uma bela narrativa com prosa ágil e vibrante.
Baseada em fatos reais, à história de Adrián Ormache, um respeitado advogado, que após a morte de sua mãe, fica responsável pelo baú de cartas que pertencia a ela, onde descobre uma carta que diz que seu pai, o oficial da Marinha comandante Ormache, havia sido um homem cruel e que já tinha prejudicado muita gente, em especial uma terruca – Miriam.
Adrián descobre através de seu irmão Rubén, que seu pai se apaixonou por aquela terruca e que ela escapou viva dele. Adrián fica obcecado e passa a investigar o paradeiro da moça para poder descobrir a verdadeira história de seu pai, tendo medo dela ser divulgada e que sua brilhante carreira acabasse, então passa a reunir pistas para descobrir onde está Miriam para poder conhecê-la.
Depois de muita procura, Adrián encontra Miriam em um lugar próximo a seu bairro, um salão chamado “A Esmeralda dos Andes”, depois de se conhecerem, Miriam evita suas visitas, mas Adrián insiste em falar com ela, até que um dia Miriam liga para ele e o chama para conversar e conta como conseguiu escapar do comandante Ormache e de seus subordinados Guayo e Chacho.
Miriam revela que fugiu disfarçada durante a noite até sua casa, chegando lá ninguém responde seu chamado e resolve seguir escondida pela mata até a casa de seu tio, em Huamanga, teria de correr a noite inteira, pois se os senderistas a vissem iriam matá-la, em completo silêncio ela corria durante a noite, já estava perto e já era a hora azul, era a hora, finalmente Miriam encontra seu tio e recebe a noticia de que todos de sua família estavam mortos.
Adrián e Miriam continuam se encontrando para conversar e Miriam conta que tem um filho, mas que o menino, Miguel, não era filho de Ormache.
Os dois passam a ter um romance às escondidas, até que um dia, enquanto Adrián estava em uma reunião com um de seus clientes, recebe uma ligação de Paulino Valle, primo de Miriam, informando que ela havia falecido.
Adrián passa a ajudar Miguel, a ajuda era uma maneira que ele via de se desculpar por tudo que seu pai havia feito no passado.
O editor de livros de Zero Hora, Carlos André Moreira, fez a seguinte critica do livro “A Hora Azul” – “Até que ponto os atos dos pais ecoam nos filhos, e o quanto de culpa carrega alguém que esteve seguro durante uma catástrofe depois que os outros lá fora foram estraçalhados.”.
Sem dúvida o que prende o leitor ao livro é a questão mal resolvida entre pai e filho e como isso afetou Adrián a ponto de fazer desmoronar todas as certezas e princípios que ele tinha de sua própria vida.
A história leva o leitor a uma viagem pelos ambientes do Peru nos anos 90, fazendo uma passagem pela guerra entre o sendero luminoso e o exercito peruano nos anos 80 e retrata a busca de Adrián atrás da história do seu pai para se descobrir.
O autor de A Hora Azul, Alonso Cueto Caballero é um professor universitário, jornalista e escritor peruano. Estudou na Pontifícia Universidade Católica do Peru, graduando-se em 1977. Um narrador filósofo peruano que tem uma freqüência natural com seus contos e romances, sua literatura se tornou a exploração do espaço em um ar apaixonado.
Dentre suas obras incluem - A Hora Azul, que recebeu o Prêmio Herralde entregue pelo editorial Anagrama - 2005 e Sussurro Da Mulher Baleia, que foi finalista do Prêmio Planeta - 2007.



Livro: Triste, Solitário e Final
Autor: Soriano, Osvaldo.

Luma Gonçalves, Talita Miranda, Letícia Baldrez, Kleber Faustino.















Resenha da obra ‘Triste, Solitário e final’



A obra ‘Triste, solitário e final’, publicado em 1973 é um bestseller do argentino Osvaldo Soriano, um dos principais escritores da literatura argentina recente.



A história, classificada como romance policial, conta as aventuras vividas por um detetive e um jornalista – que curiosamente se chama Osvaldo Soriano e é argentino. O enredo se passa nos EUA no ano de 1973, onde o jornalista busca informações sobre ‘O Gordo e o Magro’ e á partir daí se envolve em histórias cômicas e irônicas.



O livro faz crítica aos EUA, cita o abuso de poder da polícia e a discriminação do auto – um argentino – na América. É a visão latina americana, vendo do lado de fora do luxo Hollywoodiano o contraste de tudo que o cerca. O glamour tentando encobrir uma recessão – crise do petróleo de 1973.



Reforçando ainda os contrastes, há o humor negro e o humor circense. Constantemente, no livro, os protagonistas estão envolvidos em peripécias, onde sempre há espaço para o humor negro. União também é um ponto forte no livro. Apesar de tudo que passam juntos, Marlowe e Soriano continuam unidos até o final.













Livro: Incidente em Antares
Autor: Verissimo, Erico.

Grupo 1: Natalia Rosendo, Larissa Crêspo.





Resenha

A história passa em Antares, uma cidade que faz fronteira com a Argentina e que tem uma política bastante disputada pelos Vacarianos e Campolargos. A primeira parte do livro descreve mais a situação política não só de Antares, como do Brasil. Na segunda parte acontece o incidente, que durante uma greve da cidade, morrem sete pessoas ao mesmo tempo e essas pessoas não tem como ser enterradas, então esses cadáveres voltam a Antares para contar toda a sujeira da política ao povo.
A obra se divide em duas partes, sendo a primeira focada na política e a segunda focada no incidente em si.
Antares, fundada por Vacariano, o nome dado por ser uma estrela, mas para o povo significava “lugar das antas”. Por anos Vacariano era quem mandava e desmandava em Antares, até que os Campolargos chegaram Anacleto, um criador de gado Uruguaio. Vacarianos e Campolargos odiaram-se por gerações.
Passado um tempo de rivalidade, dois dos filhos de cada um dos coronéis foram para a Guerra com o Paraguai, um Vacariano e um Campolargo morreram na guerra, já os outros dois voltaram, mesmo lutando por um mesmo motivo, as duas famílias mantivera-se fiéis a rivalidade que tinham em Antares. Após a morte dos patriarcas, Benjamim e Antão tomaram as rédeas das famílias e a briga ficou ainda mais acirrada, depois de mandar matar Antão Vacariano, Benjamin teve Xisto como inimigo, este por sua vez mandou matar o caçula dos Campolargos, passado um tempo Benjamin mandou um de seus homens estuprar Romualdo, depois do ato consumado, o caçula dos Vacarianos atirou-se no rio e afogou-se.
Quando chegou o século XX, Xisto e Benjamin, numa conversa com Getúlio Vargas, fizeram um acordo e foi cessada a briga entre as famílias, pouco tempo, os dois morreram, deixando em seu lugar Zózimo Campolargo que não ligava para negócios e política, e Tibério Vacariano, homem da política e dos negócios, D. Quitéria “assume” o papel político de Zózimo. Quando Getulio tornou-se Ministro, Tibério aproveitou para comprar uma casa no Rio de Janeiro e fazer negócios, depois de renunciar, Tibério virou as costas para Getulio e voltou para Antares exercendo poder sobre a cidade, quando Getúlio volta ao poder, Tibério tenta se reaproximar, mas em vão, depois de eleito presidente do Brasil, Getúlio suicida-se. Após esse fato, passou toda a política do país até a inauguração de Brasília, Zózimo morre de leucemia em 1960, Jânio Quadros visita Antares e é eleito presidente, depois renunciou o que causou ira em Tibério, por seu vice ter tendências socialistas. Um livro “Anatomia duma cidade gaucha de fronteira” escrito por professores da UFRG tinha o objetivo de mostrar o tipo de cidade que era Antares, quando lançado o livro foi um total desastre mostrando os defeitos da cidade.
Uma greve geral em Antares paralisa até mesmo os coveiros da cidade, além da morte de D. Quitéria, mais seis pessoas morreram, todos esses corpos adquiriram “vida” e se encontram no coreto da praça da cidade para ver o que estava acontecendo na cidade, D. Quitéria vê a família brigando por sua herança, Dr. Cícero encontra sua mulher com outro homem em sua cama, Barcelona foi a delegacia falar umas poucas e boas para o delegado, o pianista Menandro Olinda toca Appassionata de Beethoven, Erotildes vai ao barraco ver sua amiga, Pudim de Cachaça, procura um amigo para saber se foi sua mulher que o matou mesmo, Joãozinho procura o padre para preparar o espírito de Ritinha que está grávida.
A cidade fica um caos total, o prefeito tenta mandar os defuntos de volta para seus lugares, mas eles não vão, ao invés disso despejam toda corrupção das autoridades, então pessoas desmaiam, mulheres colocam os homens para fora de casa, homens batem em suas mulheres infiéis, depois dos defuntos serem enterrados com muito custo, passado o tempo, o povo parecia ter esquecido o que ouviu, sobre corrupção e suas autoridades acabam por roubar mais seu povo.
Antares é uma cidade que mesmo sendo retratada há quase 40 anos, acaba sendo atual, pela situação política atual do país.
As personagens também não deixam de serem relacionadas com as pessoas de hoje em dia, que fazem com que haja uma guerra política interna e pessoas submissas a essa política.
Quanto ao incidente, é algo surreal, mas é algo que a população sabe o que está acontecendo e parece que não vê o que ocorre atualmente, também, o esquecimento depois de tudo e a força da imprensa, tudo isso pode e deve ser comparado com os tempos atuais.
Incidente em Antares é uma obra bem interessante pra quem gosta de uma literatura que é imprevisível, quando você pensa que uma coisa dá o rumo pra história, na verdade é outra, com um toque de humor, Veríssimo faz uma crítica a sociedade e a política.







Livro: Incidente em Antares
Autor: Verissimo, Erico.

Grupo 2: Jéssica Medeiros, Munik, Antunes.








Resumo

O pacato município fictício de Antares no Rio Grande do Sul situado às margens do rio Uruguai é palco de um curioso incidente em dezembro de 1963. Para ambientar os estranhos acontecimentos que são titulo ao livro, o autor remonta aos tempos em que a cidade foi fundada e aos antepassados dos dois principais clãs, os Vacarianos e os Campolargos, que quase sempre foram inimigos mortais.
Pode-se então dividir o livro em duas partes: a primeira que narra a história das origens da cidade até a época do incidente, concomitantemente apresentando o cenário político e histórico do Brasil, já que a vida na cidadezinha era norteada e enlevada pelas ações do governo; e a segunda que mostra o que de fato aconteceu na cidade as conseqüências de tal nas vidas dos principais personagens e habitantes na narrativa.
Uma greve geral ocorrida em Antares em dezembro de 1963 impede o sepultamento de sete defuntos no cemitério municipal. Os caixões, que abrigam pessoas das mais diversas classes sociais, são postos lado a lado junto ao muro do cemitério até que as reivindicações dos grevistas sejam atendidas.
Numa reviravolta surpreendente da história que antes tinha um foco histórico, os mortos levantam-se de seus esquifes, dirigem-se a praça principal e passam a revelar os segredos mais sórdidos e vergonhosos dos cidadãos mais renomados da cidade, querendo com isso forçar a cidade a uma resolução para a greve pra que eles possam ser enterrados. Depois de muitos inconvenientes para a população, o cheiro de carne em decomposição e a invasão da cidade por milhares de ratos e urubus, os defuntos decidem voltar para seus caixões e são finalmente enterrados após a concessão dos grevistas.
Muitos repórteres e estudiosos tentaram desvendar o mistério deste incidente de Antares mas com a “Operação Borracha” (ação planejada pelo prefeito e influentes da cidade para mascarar o levante dos mortos), o caso foi considerado apenas uma estratégia para chamar a atenção do país para Antares ou produto de uma alucinação coletiva. Depois de algum tempo a população, embora sabendo muito bem o que vira, esqueceu os acontecimentos sobrenaturais e logo voltou ao seu cotidiano normal.

O autor

“Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obramais tarde, quase sempre penso ‘Não era bem isto o que queria dizer’.”
(O escritor diante do espelho)


Nascido em 17 de dezembro de 1905, Erico Verissimo estreou como escritor em 1932 com Fantoches. Morou em Washington durante o Estado Novo quando também foi obrigado a submeter seus trabalhos a censura, preferindo encerrá-los ao invés disso.
Incidente em Antares é o mais veemente de seus romances políticos e ironiza os dois extremos: os “fascistas” disfarçados e cruéis da burguesia e os esquerdistas fanáticos e hipócritas.Morreu em 1975, deixando inacabada a trilogia de sua autobiografia.




Livro: A trégua
Autor: Benedetti, Mario.
Thiago Conti, Pamela Guimarães, Karen Kasamatsu.




Título:A Trégua
Título Original: La tregua (1960)
Autor: Mario Benedetti
Tradução: Pedro Gonzaga
Editora: L&PM POCKET (reimpressão, setembro 2009)

A Trégua é uma narrativa que relata a vida rotineira de Martín Satomé, um homem com seus quase cinqüenta anos de idade que está próximo a se aposentar, o que faz com que sua mente crie inúmeras dúvidas do futuro incerto.
A narrativa é em primeira pessoa, em forma de diário pessoal. O único ponto de vista relatado é o da personagem (Martín) deixando apenas em segundo plano algumas falas de outras personagens e descrição do ambiente e sentimentos.
É perceptível que na maior parte da história existe uma preocupação com o tempo ao enfatizar posições das horas, datas, idades, entre outras informações. Todas essas passagens do tempo é uma criação da necessidade humana de se situar em uma época, geração, momento, em poder registrar de alguma forma o lugar, a hora, um dia por diversos meios como diário, lembranças passadas de fotografias, cartas entre outros meios.
O tempo gera a dualidade da natureza, e é com algumas palavras de Vicente Huidobro que iniciamos a obra literária e percebemos a necessidade do equilíbrio, de “duas faces”, como se fosse a análise de um quadro enigmático renascentista:

“Minha mão direita é uma andorinha
Minha mão esquerda é um cipreste
Minha cabeça de frente é um senhor vivo
E por trás é um senhor morto.” (Vicente Huidobro)

A ausência de tarefas no tempo (tarefas concretas) é o ócio que é tratado como uma forma luxuosa de encontrar a si mesmo, sua essência, mas que não permite experiências avassaladoras para continuar narrar fatos diários.
A ausência do não saber o que sente, o não registrado, o não dito, é descrito como a infelicidade. Entre essas variantes ainda é possível descrever a nostalgia, que acompanha o tempo em fotos antigas, calendários e atração duvidosa pelo próprio passado.
Essa rotina, uma acumulação diária de gestos repetitivos em tempos diferentes, é o palco central que tem a ênfase na busca de respostas dispersas ou que ainda vão ser encontradas com o passar do tempo, e este por sua vez chega a causar diversas sensações: o medo de estar perto da morte que acaba gerando até certa aceitação, a alegria de passarem os dias para um exuberante encontro, a descoberta do novo e a ignorância do velho. Tempo que agoniza, que inflama e vai sutilmente decapitando as lembranças.
A personagem (Martín) vai buscando a existência no tempo mesmo que subliminarmente, e o tempo vai modificando sua existência em suas ações, gestos e decisões impulsionadas por fatores internos e externos.
Martín no auge da sua vida, pai viúvo de três filhos com quais não possui muito entrosamento e prestes a abrir literalmente uma trégua depois de anos de trabalho e de passados árduos descobre o “renascer” através de uma sensação que parecia estar guardada no passado na caixinha de nostalgia, a paixão.
O olhar crítico de um vazio perturbante, preocupado em como administrar seu tempo no luxuoso ócio é revirado pelo sentimento. Isso não elimina as duvidas e o questionamento do tempo, apenas acrescenta mais dúvidas e direciona as questões para âmbitos divergentes.
Já não se tem um homem lobrigando a vida da janela de um Café, ele passa a se preocupar com as atitudes, expressões e palavras escondidas atrás da mesa, da xícara e principalmente da sua moradia, seu corpo.
Nasce a necessidade do “velho” buscar o “novo” pois a nostalgia fortalece e pode destruir laços, a dualidade cria opiniões, a infelicidade é ausência de sentido porém passageira, o ócio é um bem reflexivo mas tedioso e o tempo é o maior de todos, um eterno ciclo renovável.
A certeza da existência é algo tão grandioso que fica passageiro aos olhos de Martin. A preocupação com a “persona” move mais sua vida, do que o fato de existir e continuar procurando por toda a beleza de cada dia, cada momento, mesmo que isso seja bloqueado por um passado cheio de marcas. As experiências, sejam elas boas ou ruins, é o que motivam a lobrigar caminhos mais longos, e recolocar o prazer no que é um desprazer. E sabendo que este fator é um dos mais motivantes e persistentes para a estrutura do caráter e seguimento da vida, poderia ser mais abordado do que somente o lado “negativo”, somente a preocupação, com o tempo, o passado e rotina.
O livro é um material essencial como fonte de criação. Apesar da história ser um pouco monótona, rotineira, ele descreve muito os lugares, as sensações dos ambientes que são pontos essenciais para um bom desempenho em execuções de trabalhos. Possui um vocabulário fácil de compreender o que proporciona uma leitura prazerosa.
Mario Orlando Hardy Hamlet Brenno Benedetti Farrugia, nasceu em 14 de setembro de 1920, em Paso de los Toros (Uruguai). Morreu em 17 de maio de 2009, Montevidéu.
Obras que se destacaram: primeiro livro de contos (Esta mañana y otros cuentos -1949) e o primeiro romance (Quién de nosotros -1953). Se destacou no meio literário com Poemas de la oficina (1956) e obteve renome internacional com A Trégua (1960/2008).






Livro: Avalovara
Autor: Lins, Osman.

Lyara Villanova, Michelly de Jesus, Douglas Ricardo, Patricia Albuquerque.


Resumo do livro “Avalovara” de Osman Lins

Avalovara não permite uma leitura única ou de uma forma simplificada. A história é estruturada a partir de SATOR AREPO TENET OPERA ROTAS, uma frase inventada por um escravo de Pompéia para conseguir sua liberdade, traduzida no livro por “O lavrador sustém cuidadosamente a charrua nos sulcos” ou “O Lavrador sustém cuidadosamente o mundo em sua órbita”. Essa frase, escrita com cinco palavras de cinco letras pode ser lida da direita para esquerda, da esquerda para a direita, de cima para baixo e de baixo para cima e que forma um grande quadrado, sobre o qual age o espiral e o qual aponta a visão do amor do homem para a mulher, da mulher para o homem, do presente para o passado, do passado para o presente e mais infindáveis interpretações. A justaposição entre essas duas figuras geométricas (reflexo da relação entre ordem e caos, permanência e mutabilidade, tempo e espaço) perpassa os oito núcleos narrativos do romance, cada uma referente a uma letra da frase.
Nesse livro, comparável a um caleidoscópio, cujos fragmentos formam novos desenhos ao longo da leitura, o personagem principal, em sua procura por um sentido e uma unidade perdida, relaciona-se com três mulheres: Annelise Roos, Cecília e סּ, síntese das duas outras. Sua busca amorosa, no entanto, atinge novas dimensões, são três fases da conquista do romance. Embora essas figuras femininas, bastante enigmáticas, apresentem alto teor simbólico, parece certo que elas possam também representar a procura, a transição e a plenitude do universo ficcional. A chegada a esse último patamar, por sua vez, é marcada pela enigmática presença do exótico pássaro feito de pássaros: Avalovara.
A história se passa parte na Europa, parte no Brasil e aponta numa quantidade relativamente considerável locais com grande contato com a natureza como praias e parques e traz consigo como espécies de cúmplices nos encontros amorosos, a areia diante ao mar, um tapete com intermináveis e místicas imagens, um relógio e um lençol.

Breve biografia de Osman Lins

Osman Lins nasceu em Vitória de Santo Antão- PE em 5 de julho de 1924 e morreu em São Paulo- SP em 8 de julho de 1978. Romancista, contista e dramaturgo.
Cursou economia na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Recife. Concluiu o curso de dramaturgia na Escola de Belas-Artes, da Universidade do Recife. Escreveu a telenovela Paixão de outono, e casos especiais para a Rede Globo de Televisão, nos anos 70. Obteve o grau de doutor em letras. Lecionou literatura brasileira na Faculdade de Letras de Marília. Em sua obra, utiliza-se do jogo, de artifícios gráficos e representações geométricas como elementos estruturadores das narrativas.




Livro: Angústia
Autor: Ramos, Graciliano

Gabriela da Mata, Michelle Andreza, Natalia Avelar.






Resenha do livro “Angústia” de Graciliano Ramos

Romance de confissão publicado em 1936, pela livraria José Olympio Editora – Rio de Janeiro.
“Angústia” é uma obra narrada em primeira pessoa e considerada um estudo completo da frustração humana.
No romance, temos o efeito de circularidade, ou seja, a história encerra justamente como começou, assim parece ao leitor a narrativa de um pesadelo sem fim, onde o aspecto psicológico do personagem interpenetra-se ao social.
Em suas 235 páginas o autor conta a historia de Luís da Silva, um funcionário público de 35 anos, pobre, sofrido e frustrado, que nas horas vagas também escreve artigos por encomenda e nutre um desejo de um dia publicar um livro.
Vivia uma vida medíocre na cidade de Maceió, em uma casinha pobre, alugada e cheia de ratos e muito afastada da repartição onda trabalha o dia todo.
O saudosismo do personagem pode ser notado por toda a obra, ele faz constantes alusões à sua vida na infância, na fazenda onde viveu com seu pai Camilo Pereira da Silva, e seu avô o velho Trajano.
Luís conhece Marina, sua vizinha, uma mocinha avermelhada, de olhos azuis e cabelos loiros, se interessa por ela e os dois passam a se encontrar todos os dias no quintal. Logo a amizade evoluiu para namoro.
O apaixonado Luís da Silva pediu Marina em casamento, desembolsou algum dinheiro, mas foi logo dizendo que era pobre e que não podia comprar tudo que ela queria; mas Marina gostava de luxo, era jovem e vaidosa e tinha dificuldade de aceitar a pobreza.
Marina se envolve com o rival de Luis, chamado Julião Tavares, sujeito gordo, vermelho, risonho, patriota, falador e muito rico. A cabeça de Marina estava virada para um sujeito que podia dar-lhe o luxo e a riqueza que ela tanto queria. Situação que desencadeia um pesadelo na vida do protagonista.
Com uma idéia de que só a morte de Julião daria fim ao seu sofrimento, Luís decide acabar com a vida de seu rival, principalmente após saber que ele havia engravidado Marina e abandonado a moça.
Após ter cometido o crime, Luís da Silva entra em crise psicológica e fica alucinado e preso ao medo de ser descoberto.
O mundo relatado em “Angústia” é sufocante e sombrio, porém a leitura não é difícil nem cansativa, mas é preciso ler com bastante atenção, pois o autor usa muitos simbolismos para descrever suas sensações e emoções.
É considerado o romance mais complexo de Graciliano Ramos, e uma obra prima da literatura brasileira.

Biografia de Graciliano Ramos

Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo (AL), em 1892.
Em 1925, começa a escrever seu primeiro romance, Caetés - que viria a ser publicado em 1933. Muda-se para Maceió em 1930, e dirige a Imprensa e Instrução do Estado. Logo viriam "São Bernardo" (1934) e “Angústia” (1936, ano em que foi preso pelo regime Vargas, sob a acusação de subversão). Memórias do Cárcere (1953) é um contundente relato da experiência na prisão. Após ser solto, em 1937, Graciliano transfere-se para o Rio de Janeiro, onde continua a publicar não só romances, mas contos e livros infantis. Vidas Secas é de 1938. Em 1945, ingressa no Partido Comunista Brasileiro. Sua viagem para a Rússia e outros países do bloco socialista é relatada em “Viagem”, publicado em 1953, ano de sua morte.

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