quinta-feira, 8 de abril de 2010

Construções Imagéticas e Resenhas Turma B (manhã)

Livro: Trilogia Suja de Havana
Autor: Pedro Juan Gutierrez








Trilogia suja de Havana


Gutierrez, escritor e pintor cubano, escreveu Trilogia suja de Havana, dando inicio a uma série de livros, intitulados Ciclo do centro de Havana, todos abordando temas cotidianos de Cuba, nos anos 90, pós embargo econômico promovido pelos EUA, acompanhado de uma das piores crises econômicas que o país viveu.
“Três livros” reunidos em um só: Ancorado na terra de ninguém, Nada para fazer e Sabor a Mi; em 332 movimentadas páginas, o livro é composto por pequenos contos e crônicas, que se encontram formando uma única história – de Pedro Juan e seus vizinhos miseráveis, tentando sobreviver diante da dureza do submundo.
Com um tom autobiográfico, Gutierrez conta como o personagem passa por várias fases em sua vida amorosa e profissional. Foi jornalista, locutor de rádio, lixeiro, catador de latinhas, enfim, mais um ser humano tentando de inúmeras maneiras sobreviver em plena crise.
Assim como Charles Bukowski - escritor que também trabalha nessa linha autobiográfica - Pedro Juan tem uma filosofia de vida que incluem sexo, bebidas e tabaco ou marijuana, sendo que ao contrário de uísque, como Bukowski, ele bebe rum do pior e mais barato, e suas aventuras amorosas nada ortodoxas, tem apelos visuais muito mais fortes e chocantes, mostrando sua total promiscuidade e rabugice.
O principal atrativo, na maioria dos contos, é o sexo e a sensualidade caribenha. O realismo sujo promovido pelo autor, dissecando minuciosamente cada situação vivida, pode ser visto como forma de escape, um refúgio da realidade, um protesto e revolta a ironia de seu mundo. A vivência narrada retrata os sonhos, a pobreza e o governo dessa ilha que exala por si só esse cinismo. Pode-se afirmar tal insinuação, no trecho “O sofrimento prolongado pode ser mortal”, ou seja, o sexo se torna aqui, a única forma de não pensar no mal que os espera. Viver 24 horas por dia a situação miserabilidade, é arriscar sofrer por demasia, e sentir-se deslocado, ao ponto de não querer mais dar continuidade ao pouco que se tem – “Sempre sonhava em pular dali (do beiral do prédio) e sair voando e me sentir o cara mais livre do mundo” diz Pedro Juan – à própria vida.
As situações grotescas, como a prostituição (física e psicológica), moradias inabitáveis, caindo aos pedaços (literalmente), vernáculos sujos e degradantes descritos ou narrados são provas de que o ser humano, jogado diante de situações lamentáveis, volta à origem animalesca, não respondendo mais racionalmente, e sim instintivamente, com intuito apenas de sobrevivência, passando por um processo de exclusão social assim como diz no trecho “A vida é assim, meu senhor, um processo de seleção e exclusão. Nós temos a verdade. O resto que se dane.”
Em suma, para ler Trilogia suja de Havana, é preciso tomar esses choques culturais, e ter um olhar além do sujo, do nojento – um olhar ácido, crítico e político. Pois o livro nada mais é que um discurso altamente rico de um protesto cru e realista, obstinado e corajoso. Intragável, às vezes, mas que retrata um pouco da consciência de todos.

Biografia Pedro Juan Gutierrez
Começou a trabalhar aos onze anos, como vendedor de sorvete e de jornal. Foi soldado sapador durante quase cinco anos, instrutor de natação e caiaque, cortador de cana-de-açúcar e trabalhador agrícola de 1966 a 1970, técnico em construção, desenhista técnico, locutor de rádio e, durante 26 anos, jornalista. É pintor, escultor e é autor de vários livros de poesia. Ele vive em Havana. Dedica-se exclusivamente à literatura e à pintura.

O denominado Ciclo do Centro de Havana é um conjunto de cinco livros, romances e relatos, de que fazem parte Trilogia suja de Havana (sua primeira obra em prosa), O Rei de Havana, Animal tropical (galardoado com o Prêmio Afonso García-Ramos de Romance 2000, na Espanha, atribuido conjuntamente pelo Cabildo de Tenerife e Editorial Anagrama), O insaciável homem-aranha, e Carne de cão (ganhador do prêmio no Italia Narrativa Sur del Mundo).







Livro:
Mãos de Cavalo
Autor: Daniel Galera




Construção Imagética de Gabriela Lopes




Construção Imagética de Suelen Moreira





Construção Imagética de Cássia Nodari


Mãos de Cavalo


A obra

Mãos de Cavalo é o terceiro livro publicado de Daniel Galera. Em Mãos de Cavalo, Daniel conseguiu “sair da rotina” de um Romance narrando duas histórias em capítulos alternados entre uma e outra. É um encontro entre o passado e o futuro.
O livro é extremamente masculino, tudo muito homem. Ao ler sua cabeça fica rodeada de barbas, coisas pesadas, intensas e com impacto em cada detalhe que ele descreve. O suor, o asfalto "o" isso "o" aquilo. Cada preposição. Sem dar muita atenção para a mulher ao descrever. São coadjuvantes. E isto é o que realmente peça um Look feminino.
O personagem principal é Hermano, conhecido como Mãos de Cavalo por possuir braços compridos e mãos grandes. A Primeira história é descrita com detalhes fatos da vida adolescente de Hermano, seguido pelo primeiro capítulo dele com dez ano de idade e os próximos, então, com seus quinze anos.
A segunda história já é ele adulto, formado e com família. O cenário é Porto Alegre.
Há uma conexão entre as duas histórias. Hermano querer ser algo e não conseguir, simplesmente não tentar. Ou melhor, tentar apenas na imaginação, não agir. E é exatamente isso que mais transparece ao ler cada capítulo e fazer uma ligação entre as duas histórias.
Na primeira história ele tenta ser como seu amigo Bonobo. Que é valente, corre atrás do que quer, é violento. Hermano quer ser assim, na tentativa frustrada de pensar e não agir, seu amigo simplesmente morre e ele não o salva. As histórias se cruzam a partir deste momento em que ele, já com 30 anos, decide praticar alpinismo com seu amigo Renan e de última hora resolve não mais ir, por covardia. Algo que está nele desde sempre.
A Narrativa é leve, sem muitos sobressaltos ao descrever cada detalhe. É um livro que não é preciso reler o capítulo muitas vezes por que não entendeu, ou se perdeu ali.Daniel Galera soube como fazer de uma história que a princípio, é simples sem grandes emoções de uma vida agitada, transformando em algo extremamente excitante.
O livro “Mãos de Cavalo” é um romance de leitura fácil e detalhista, você pode imaginar nitidamente cada personagem da forma exata como escrito no livro, é como se quem estiver lendo também pudesse fazer parte da história ao lado do protagonista sentindo suas emoções.
Hermano por ser uma pessoa que em sua adolescência sofrera por seu medo de querer ser alguém que não é ele admirava tanto seus amigos fortes e valentes, mas ele mesmo era um fraco e incompetente, jamais teria coragem de entrar em meio a uma briga ou de enfrentar alguém até mesmo em uma partida de futebol como atacante do time.
É engraçado, mas eu me vejo as vezes como ele, quantas vezes eu quis ser como alguém, me imaginava em diversas situações que eu sonhava em fazer parte, mas jamais tive coragem.
Quando ele amadurece parece estar correndo atrás de uma parte de si que ficou deixada para trás, sinto como se ele procurasse concertar as coisas do passado, mesmo sabendo que não podia trazer nada de volta, nem mesmo o seu amigo Bonobo que morreu espancado. Hermano nesta fase mais adulta é como se tivesse prometido a si mesmo que jamais cometeria os mesmos erros e se ele obtivesse alguma chance de enfrentar algo de cara ele faria sem ter medo ou até mesmo sem pensar duas vezes.
Eu me identifiquei com está obra maravilhosa e tão transparente ao ponto de enquanto eu estava lendo era como se eu pudesse produzir em minha mente o filme de cada situação ocorrida dentre as páginas do livro e pudesse vê-las nitidamente em minha frente, sentir o que todos ali sentiam, como se eu também pudesse fazer parte da história de Hermano.


Autor

Daniel Galera nasceu em São Paulo no ano de 1979, mas viveu grande parte de sua vida em Porto Alegre ( mesmo local aonde se passa seu romance “ Mãos de Cavalo”).
Ele é dono de algumas obras, como: Dentes guardados (2001); Até o dia em que o meu cão morreu (2003), Cordilheira e Mãos de Cavalo que é sua estréia na Companhia das Letras. Daniel também adaptou alguns de seus textos para cinema e teatro.

Ele é uma pessoa muito simpática, eu tive a oportunidade de entrar em contato com o mesmo através de um site de relacionamentos, se mostrando interessado pelo trabalho Moda e Literatura, ele também fora informado através de um e-mail enviado pela professora Jô sobre a proposta de meu grupo em relação a sua obra e de como uma de nossas integrantes do grupo se sentiu em relação ao livro.
O grupo

O grupo consiste em três integrantes: Cássia Nodari, Gabriela Lopes e Suelen Moreira. Através de uma reunião feita entra as mesmas fora decidido que a aluna Gabriela Lopes seria eleita como líder, com o intuído de organizar o grupo, elaborar reuniões para elaboração do trabalho, relatar todos os acontecimentos dentre o grupo, dês de quem está interagindo de acordo com o que é proposto até a quem não demonstra progresso algum durante as aulas, reuniões e de acordo com o esperado dentre as integrantes.
De acordo com as regras para a escolha de um (a) líder, o mesmo deverá obter um perfil profissional, ser organizado, exigente em relação ao grupo, motivar e incentivar o grupo, conseguir perceber a qualidade de cada membro e cobrar o que está sendo feito.






Livro:
Chapadão do Bugre
Autor: Mario Palmério.


Construção Imagética de Daniela Fernandes de Lima

Chapadão do Bugre

Este livro foi publicado pela primeira vez no ano de 1965

A historia de um dentista ambulante, que se apaixona pela pessoa errada, comete uma assassinato, sendo perseguido por anos pela família de sua vitima, e com sede de vingança!

Esta obra tem 371 paginas dividas em 42 capítulos de narrativa, falada bem ao dialeto regional de Minas Gerais.

Resenha
Chapadão do Bugre se passa no interior de Minas Gerais, início do século XX, época de coronéis e jagunços, Local de matanças e sangue!E assim se passa a historia de José de Arimatéia, dentista ambulante, que se apaixona por Maria do Carmo, que conheceu quando ela foi até o consultório dele.
Sem pais, sozinho no mundo, José tinha uma profunda admiração com seu Valico, que lhe ensinou o ofício de dentista. Seu Valico considerava José como um filho, então, resolveu convidá-lo para padrinho. A estrada estava um atoleiro, mas José de Arimatéia resolveu, assim mesmo, ir à casa de seu Valico, pra fazer o convite!Mas o caminho virou pura lama e nem mesmo a burrinha inseparável de José, a Camurça, conseguiu vencer o temporal.
Como Camurça não conseguiu seguir o caminho o jeito foi voltar pra trás. Resolveu então dar uma passadinha pra ver Maria do Carmo
E foi a partir daí que a tragédia aconteceu!José descobriu que a do Carmo, que achava ser uma moça prendada, não era nada daquilo! José pegou a ela de safadeza com Inacinho, filho dos padrinhos dela, no paiol. A raiva foi tanta, que sem pensar, matou o sem vergonha a machadadas e, depois, saiu à procura de Maria do Carmo, para matá-la também! Mas não conseguiu, ela havia fugido pelo matagal, e como ela conhecia muito bem aquele lugar, José desistiu de achá-la e fugiu, com sua burrinha, sertão afora...
E foi ai que a historia começou, muitas pessoas querendo se vingar, mandando jagunços atrás de José, e descobrir onde ele tinha se escondido.
Afinal, naquele tempo, quando acontecia alguma coisa assim, era de lei a família do morto se vingar, correndo o mundo inteiro, até achar o assassino e dar o troco, na mesma moeda, fazer justiça com as próprias mãos.
Então, o pai do Inacinho, seu Tonho Inácio, resolveu se vingar de uma maneira que José não esperava e matou seu Valico. José prometeu não descansar enquanto não matasse seu Tonho Inácio.
A perseguição a José continuou, durante muitos anos, mas José conseguiu cumprir sua promessa e matou Tonho Inácio. Naquela época ocorreram muitas chacinas pelo chapadão...Ate mesmo a emboscada onde José perdeu a vida, junto com sua burrinha camurça.
Essa aventura aconteceu num lugar marcado pela violência e vingança!Essa obra foi baseada em um episodio verídico que aconteceu na cidade de Passos, no interior de Minas Gerais, descrevendo da melhor forma possível o que aconteceu naquela época!

Projeto moda e literatura

Está obra é uma obra rústica, onde podemos utilizar muitas características dos personagens e suas roupas para a inspiração de uma coleção e execução de um figurino de moda!Podemos também utilizar características das roupas da época utilizadas pelos personagens.
Podemos explorar as sensações vivenciadas pelos personagens, texturas... Inspirada pelo sertão de minas e pelos locais onde se passa à tragédia, podemos tirar características excepcionais para o projeto Moda e Literatura.




Livro: Cem Anos de Solidão
Autor: Gabriel García Marquez


Construção Imagética de Gerard Paes


Construção Imagética de Karolline



Cem anos de solidão


Lendo o livro “Cem anos de solidão” de Gabriel G
arcia Márquez (Ed. Record; tradução de Eric Nepomuceno; 447 páginas) varias reflexões foram se formando à medida que a leitura ia acontecendo. Logo no inicio do livro nos armamos com milhares de questionamentos para tentar decifrar a obra antes mesmo de terminá-la. Questões vão surgindo e várias vezes me peguei perguntando sobre a razão do titulo, titulo que tamanho é o impacto provocado, ao mesmo tempo que atrai também afasta o leitor e causa um questionamento ainda maior, ainda mais atormentador: Quem sofreria de uma solidão tão infinita?
A saga dos Buendía vem desde a formação da família, Úrsula-Iguaran se casou com José Arcádio Buendía, seu primo, logo que anunciaram o casamento à família se opôs a decisão e com o intuito de assustá-los inventaram o mito de que o casamento entre familiares gerava filhos com rabo de porco. Este temor cria situações divertidas no inicio do relacionamento, como o uso da calça de castidade que a mãe de Úrsula a obrigava a usar para que ela e o marido não tivessem relações, mas também gerou situações trágicas, como o episódio que José Arcádio Buendía assassina Prudêncio Aguilar, pois este zombava José Arcádio dizendo que ele não era capaz de cumprir com os seus “deveres de homem, de marido”. Depois de morto Prudêncio Aguilar passa a assombrar José Arcádio e sua mulher com suas constantes aparições, José Arcádio com dó do morto e para deixá-lo mais “tranqüilo” se muda de cidade com amigos, vizinhos e mulher para fundar Macondo.
O nome Macondo aparece no livro, pois durante a viagem de saída de sua terra natal José Arcádio tem um sonho, sonha com uma cidade cujas casas tem paredes de espelho e cujo nome é Macondo.
O casal tem três filhos: José Arcádio (o primogênito), Aureliano Buendía e Amaranta Buendía (nenhum deles nasceu com o tão temido rabo de porco). Quando fundada a cidade de Macondo José Arcádio se torna o responsável por fazer a divisão dos recursos e a mediação de conflitos. Em pouco tempo a cidade é encontrada por um grupo de ciganos que trazem diversas descobertas ao povo de Macondo. Entre os ciganos está Melquíades, um sábio que morre e ressuscita diversas vezes no decorrer da história, Melquíades é personagem chave de Cem anos de solidão.
E então a história passa a girar em torno da família Buendía por diversas gerações. São mostrados ao longo do enredo os encontros e desencontros ocorridos nas vidas de seus membros no percorrer desses “cem anos”.
Neste trajeto há aparições de elementos inacreditáveis, a cidade inteira perde a memória, mulheres se encarceram e suas casas por décadas, trinta e duas guerras acontecem, aparece um homem sempre seguido de borboletas amarelas, uma mulher sobe aos céus, ataques provocados por insetos entre outros acontecimentos que vão sendo relatados de acordo com o desenrolar da história. O mais incrível é a forma com que esses fatos vão sendo contados de forma que pensamos ser tudo mais do que natural.Todas as gerações da família Buendía foram acompanhadas pela personagem Úrsula (matriarca da família) que viveu em torno de cento e cinquenta anos. Essa centenária elucida que as características físicas e psicológicas de sua família estavam associadas aos nomes repetidos dos homens e das mulheres, pois a característica principal da família é a repetição dos nomes numa busca interminável de solução de conflitos. Todos os Josés Arcádios eram impulsivos, extrovertidos e trabalhadores, enquanto os Aurelianos eram pacatos, estudiosos e fechados em seu mundo interior.
Nos pergaminhos deixados na casa dos Buendía pelo cigano Melquíades (que era muito próximo de José Arcádio Buendía) contêm toda a história dos buendía com passado, presente e futuro, contida a criação da família e a origem de tudo.
Há sempre a invocação de labirinto, há o labirinto do tempo, não linear, que vai e volta, das pessoas que morrem e voltam, dos personagens com suas lembranças. E há o labirinto de sangue, pois há ligações amorosas entre personagens que são parentes, dos filhos e netos com os mesmos nomes e até mesmo o fim de alguns personagens é parecido e por vezes trágico.
Os personagens da família, quando apaixonados, sempre agem de forma impulsiva e a flor da pele. É como se fosse uma maldição da qual nenhum Buendía está livre. Todos os elementos de Cem anos de solidão são complexos, personagens, tempo, espaço, influências. É difícil seguir um apenas. Todos são fascinantes.
A saga dos Buendía me tragou completamente deste mundo, me sentia uma habitante de Macondo, nascida e criada. É um livro do tipo que se lê e não esquece, se realmente absorveu sua essência, você sente que está destinado a amar intensamente e a ser solitário, sempre.







Livro:
A Noiva Escura
Autor: Laura Restrepo.



Construção Imagética de Lara




Nathalia Ribeiro


A noiva escura

O livro trata a história da jovem e misteriosa Sayonara, uma índia mestiça que vai ainda menina para a cidade de Tora para se prostituir.
Tora, uma cidade petroleira no meio da selva colombiana vive seu apogeu com a agitada vida noturna no bairro de La Catunga, reduto de prostíbulos que os funcionários da Tropical Oil gastam seus salários.
Nesse cenário a bela Sayonara, que chega na cidade ainda menina e é acolhida por Todos Los Santos, famosa cafetina, conhecerá muitos homens entre eles os amigos Sacramento e Payanés.
Sacramento, amigo de Sayonara desde a sua chegada na cidade vai trabalhar na Tropical Oil no famoso campo 26, que durante a história é palco
de revoltas e lutas operárias. Sacramento tem como principal objetivo na vida tirar Sayonara da prostituição pois ele se considera culpado por encaminhá-la nesta "profissão". Ele guarda por ela um amor que florescerá ainda na adolescência e perpetuará para sempre.
Já Payanés, amigo de Sacramento, trabalha no mesmo campo 26; funcionário exemplar da "Magra Emília", como é chamada a máquina que extrai o petróleo, a pedido do amigo, Payanés vai a Tora a procura da menina (nome dado a Sayonara antes dela exercer a profissão e receber este nome) e de Sayonara. Lá ele descobre que se trata da mesma pessoa. Neste mesmo encontro nasce paixão entre os dois.
Dentre tantos desencontros e dificuldades, o casal se separa e Sayonara casa-se com Sacramento e foge com ele e suas irmãs para bem longe de Tora e de sua fama. Ela assume seu nome verdadeiro, Amanda, e apesar de ser fiel e obediente ao marido ela não deixa de amar Payanés. Não tolerando mais o ciúme do marido e sabendo que seu verdadeiro amor ainda a procura nas ruas de Tora Sayonara retorna a cidade que esta arrasada em plena decadência.
Ainda que em meio a tanta desordem e pobreza, ela consegue reencontrar seu amor em Tora e fugir com ele, deixando à todos seus amigos da cidade a esperança que um dia ela voltará para a cidade.

Proposta de trabalho:



Com base no livro, nos estudos realizados sobre a Colômbia e a orientação dos professores produziremos uma roupa de conceito que represente o livro.
Na peça, que será feita retratando a personagem principal do livro: Sayonara mostraremos um pouco da sua personalidade e a forma de que isso é tratada destacando sua sensualidade, magreza, religiosidade, sua real nacionalidade (Colombiana mestiça de índio e europeu) e seu disfarce de japonesa, pois dessa forma a personagem conseguia se valorizar diante das demais colegas de trabalho.
Até mesmo a forma que o livro trata sobre os valores da prostituição e da forma que os homens colombianos valorizam as estrangeiras e desvalorizam as indígenas e miscigenadas de índios com outra nacionalidade serão demonstrados na roupa porque o look terá a forma oriental e as cores, estampas e tecidos colombianos.





Livro: Os Aparados
Autor: Letícia Wierzchowski


Construção Imagética de Carina Rodrigues




Construção Imagética de Carina Rodrigues








Construção Imagética de Verônica Alves







Os Aparados

Os Aparados de Leticia Wierzchowski é um romance contemporâneo produzido no Rio de Janeiro pela editora Record, em 2009. Nele vemos uma história densa e bem construída, uma história de perdas e reconciliações que se desenrola num clima que só pode ser descrito como pré - apocalíptico. Onde vemos um futuro próximo, o aquecimento global trazendo catástrofes, e em meio a isso, uma conturbada relação entre avô e neta.
Descrito em 236 páginas divididas em 12 capítulos, dentro desses capítulos encontramos também 7 subdivisões chamadas de “Achados e Perdidos”. Nos capítulos o foco da trama está no aparado gaúcho, na convivência do avô com sua neta, a gravidez, já nos “Achados e Perdidos” o foco é a vida de um médico que ajuda as pessoas por meio de um site.
Escrito desde a subida da serra até o nascimento de seu bisneto. Marcus um senhor de 63 anos, não demonstra no seu jeito sua idade, pelo contrario mostra-se forte e trabalhador, é engenheiro, e pessoa que sempre viveu em meio à lógica se vê agora vivendo um drama dentro das quatro paredes do sítio isolado, junto com sua neta Débora, menina de 17 anos, olhos verdes, cabelos negros, e de personalidade. Lá, embora o efeito das catástrofes quase não se faça notar, também pelo fato de só terem contato com as catástrofes que acontecem através de noticiários dados na televisão, pois a casa apesar de isolada é tecnológica, o que está em jogo é a relação avô/ neta, uma relação frágil que revela um abismo entre os dois.
Durante o desenrolar da trama Marcus começa a mostrar seus sentimentos pela neta Débora e pela criança que vem, enquanto Débora ainda se mostra arredia por não querer estar lá, longe do pai de sua criança. Mas com a convivência forçada, os dois começam aprender a ceder para sobreviver em um mundo à beira do caos. Enquanto isso uma história é vivida a parte, onde Arthur Mandelli um médico, homossexual que gerencia um site de achados e perdidos que é uma ponte crucial, para o reencontro de Débora e Beto (pai de seu filho), pois em meio a esse mundo que está podre, doente e exaurido, onde pessoas estão sumindo nas enchentes, morrendo de doenças causadas pelas chuvas, os dois jovens haviam perdido contato entre si.
Enquanto tudo isso se passa, Marcus, tem visões, talvez sobrenaturais de um menino, que não fica claro se é seu futuro bisneto, ou se é ele mesmo no passado em sua juventude, essa criança sobrenatural ou não sempre o acompanha, e é ele quem o leva ao final da trama.
Os Aparados fornece um excelente e empolgante entretenimento, tão empolgante que faz você virar página depois de página em um ritmo que nem percebe. Faz o leitor pensar nas conseqüências do enredo, porem deixa um pouco a desejar, no que se diz respeito ao final do livro, pois durante a trama inteira esperamos um romance entre a jovem e o pai de sua filha, porem isso não acontece, outro fato que deixa a desejar seria o fato de quem lê não consegue saber ao certo o que acontece com Marcus, deixando uma duvida se ele morreu, ou não, tirando toda a empolgação que empregamos ao livro.
A partir da leitura deste livro faremos alguns trabalhos que são relacionados diretamente a ele, entre os mais importantes estão Moda e Literatura que é um trabalho que já acontece a dois anos, e tem o intuito de estimular o hábito da leitura, fazendo a interação do aluno com o mundo das letras e das artes, estabelecendo principalmente conexão com a moda. Nesse ano de 2010, moda e literatura, trás como tema “Cidades Latino-americanas”, que enfoca a produção de escritores latino-americanos que, em suas obras, privilegiaram a realidade urbana. Nos croquis a serem produzidos, introduziremos todos esses aspectos do caos, da tecnologia, para que possamos produzir uma peça que seja diferenciada porém poética. E o outro trabalho é a criação de uma tese científica na disciplina de Pesquisa e Metodologia Científica. É o primeiro ano em que o tema a ser usado para a tese dessa disciplina será tirada a partir da obra. Para os dois trabalhos o que trás de inspiração é o caos, a vida rural e as conseqüências das catástrofes ”a chuva cai sem alarido, grossa e compacta como um manto...”, “O céu, de um azul lavado pelos incontáveis dias de chuva, parece um grande pano sem pregas, sem nódoas, desdobrando-se até o infinito”.
Letícia Wierzchowski, nasceu e vive em Porto Alegre. Estreou na literatura com o romance “O anjo e o resto de nós”, em 1998. De lá pra cá publicou doze livros de ficção adulta e infantil, entre eles “A casa das sete mulheres” que virou série de televisão e foi publicado em vários paises. Antes de se dedicar a literatura cursava a faculdade de arquitetura, porém não chegou a completar. Foi proprietária de uma confecção de roupas e trabalhou no escritório de construção civil de seu pai, onde começou a escrever ficção.
Texto escrito por Thalita Gambera Claudino, Verônica Alves, Carina Possidente e Rosimari Scarpa, Acadêmicas do curso de Moda das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU, referências tiradas do próprio livro e do site www.gatobranco.com.







Livro: Crônica da casa assassinada
Autor: Lúcio Cardoso

Construção Imagética de Ingrid




Construção Imagética de Juliana

Construção Imagética de Evandro







Crônica da Casa Assassinada

Sinopse:Crônica da Casa Assassinada, do escritor mineiro Lúcio Cardoso, obra publicada em 1959, nos revela a degradação social e moralde uma família aristocrata mineira, que vive em uma chácara no sul de Minas movidos por forte sentimentos de inveja, ambição, desamor decorre toda a esta história literária.Com a vinda de um forte personagem para a chácara tudo se intensifica, segredos, mistérios, paixões proibidas, traições, perversões, relações incestuosas, atos violentos tudo envolto em um clima de morbidez, onde cada personagem se esconde nas aparências e ao longo da história revelam seus mais profundos desejos.Ficha TécnicaLivro: Crônica da Casa Assassinada
Autor: Lúcio Cardoso (modernista)
Um Romance literário com uma linguagem complexa e Surrealista
O diálogo do livro é fragmentada na narrativa de cada personagem envolvido na trama através de diários, cartas, confissões e testemunhos.
Personagens
Os personagens principais são:
Família Meneses composta pelos 3 irmãos: Demétrio (o mais velho), Valdo e Timotéo
Ana esposa de Demétrio
Nina esposa de ValdoAndré o Filho
Betty empregada
FarmacêuticoMédicoPadre Justino
JardineiroMaria Sinhá
Mãe dos Meneses (falecida)
Empregados da Chácara (chamados de Pretos)
Nina é a personagem principal uma mulher do Rio de Janeiro com um passado suspeito e gostos extravagantes que se deixa enganar pela riqueza de Valdo Meneses. Quando chega à chácara, depara-se com uma família decadente e uma casa em ruínas. Além da pobreza material, existe a miséria das almas, a solidão e a perversão escondida sob o desgastado telhado. E não consegue se acostumar muito ao ambiente
Timóteo, homossexual, é prisioneiro em seu quarto e em sua loucura, se veste com farrapos de roupas femininas e com ricas jóias de família. Suas falas traçam a realidade da família presa aos escombros: “É esta a única liberdade que possuímos integral: a de servos monstros para nós mesmos.”.

Ana, esposa de Demétrio Meneses e cunhada de Nina, é a narração das intenções da protagonista, um olhar sempre escondido acompanhando a vida pulsar na beleza do corpo de Nina com revelações assustadoras para quem está condenada a ser uma sombra dentro casa. Uma personalidade que cresce no enredo, compreende a vida (morte) nas presenças e ausências dos demais personagens.

Valdo tem forte presença no decorrer da história mas é um personagem sem muita autonomia, pulso firme no fundo.Demétrio sempre preocupado com as aparências e postura dos Menezes na sociedade, e sonha com a visita do Barão na residência dos Menezes

André é o filho de Valdo e Nina o qual a conhece somente nos seus 15 anos de idade e tem uma paixão avassaladora por sua mãe.
Betty empregada da casa sabe um pouco de cada um que reside ali, mas nunca intervêm por respeito.Farmacêutico por necessidades financeiras faz um acordo com Demétrio e troca sua arma por uma pequena reforma em sua farmácia.
Médico sempre da um auxilio na chácara em momentos importantes e decisivos de tentativas e suicídios

Jardineiro é o ponto forte da história apaixonado por Nina cultiva sua flor preferida a Violeta para sua amada apesar de pouco aparecerboa parte do destino de alguns personagens se deve a ele.

Maria Sinhá já falecida vive na memória esquecida por ter hábitos diferentes e masculinos.

Mãe dos Menezes já falecida as aparece na história como o alicerce da casa que sempre a cultivava e a deixava em ordem
Empregados da Chácara (chamados de Pretos) aparecem na narrativa em conversas dos Patrões na cozinha ou para darem algum recado.

Livro: Aleph
Autor: Jorge Luis Borges

Construção Imagética Jeniffer Paes
Construção Imagética de Anna Godoy




Construção Imagética de Erika Yukari Ishibiya






Construção Imagética de Iashmine Nascimento





O Aleph

O livro “O Aleph”, publicado em 1949, pelo autor Jorge Luis Borges (argentino nascido em 24 de agosto de 1899) é composto por dezessete contos do gênero fantástico, segundo o epílogo do mesmo. Trata-se de um livro bastante marcante pelas histórias de vida que são contadas detalhadamente nos fazendo viajar nesse universo particular, inserido ao mesmo tempo em fatos históricos verídicos como a Segunda Guerra Mundial e a atuação do nazismo nesse período penetrando até mesmo na mente perigosa de um membro fictício do Terceiro Reich. Outras passagens se fazem presentes refletindo sobre o sentido da vida, sobre a inveja, a vingança, a teologia e as crenças do ser humano como um todo. As histórias se passam não só em regiões argentinas, como também, em terras brasileiras, e ainda na Espanha, em Tebas, nos desertos árabes e em locais inexistentes na realidade como a cidade dos imortais. Cita sempre misteriosamente leões e labirintos fazendo perdermos a nós mesmos dentro deles. Entre os mistérios do escritor está o Aleph, que curiosamente se trata do ponto no universo onde é possível observar todos os outros pontos sem transparências nem sobreposições.
A narrativa o torna peculiar, pois em cada conto é feita de forma diferente, ora pelo próprio autor onipotentemente com seus fluxos de consciência e sua influência sobre o destino dos personagens (como no caso de Averróis, estudioso islâmico que ignora o significado das palavras comédia e da tragédia e cujo fim se torna inesperado, quando, o narrador o faz desaparecer), ora é feita pelo próprio personagem que se mostra onisciente nos deixando a par de tudo.
Assim, se fez possível ver com outros olhos, os da imaginação e viver cada conto de maneira única, prazerosa e também, conhecer um pouco mais de Borges e suas peculiaridades.

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